A história que vou relatar começa exatamente em 16 de dezembro de 1976, quando de mãos dadas com meu pai em uma noite estrelada atravessei a barquinha com destino a Itajaí para assistir um espetáculo inusitado. Marcílio Dias x Vasco da Gama, de Roberto Dinamite, eram esperados no grande tapete verde bem no meio das avenidas.
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Próximo dos muros daquela arena um burburinho saía de dentro para fora da grande muralha, alcançando as avenidas e anunciando o grande espetáculo. Não me lembro o placar, mais foi um grande jogo, assim como tantos outros. Entre eles a partida contra o Flamengo de Zico e Nunes, que por aqui esteve apresentando um futebol que deixou todos emocionados – eu ainda mais, sem poder imaginar que 18 anos depois voltaria ao Hercílio Luz não como torcedor, mas sim para reportar como fotógrafo os grandes talentos que por ali jogaram.
Com uma câmera em punho e apontando para a bola, clicava as chuteiras dos talentosos jogadores da década de 1990, que com suas jogadas levavam a torcida à loucura nas arquibancadas do Gigantão.
Fiz colegas que até hoje carregam na memória cada partida exibida no estádio e entre uma conversa e outra nos treinos ou intervalo de um jogo lembram comigo dos craques, como os da partida entre Amigos do Léo Moura e Amigos do Denilson, em que o coadjuvante árbitro Margarida foi a grande atração.
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Desde então, profissional da imprensa, vejo a bola rolar e agitar as torcidas que das arquibancadas muitas vezes lotadas ainda acolhem meu pai lá no cantinho, torcendo por mais um gol do Cilião.