Considerada cidade modelo no país, Curitiba quer passar exemplo de infraestrutura e desenvolvimento durante a Copa do Mundo. Mas a meta traz reflexos diretos no custo do evento.

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De acordo com o Tribunal de Contas do Estado do Paraná, os gastos com o Mundial na cidade passaram de R$ 446 milhões em 2010 para R$ 573,4 milhões em 2013, considerando apenas obras do governo do Estado e da prefeitura. Soma-se a esse montante R$ 184,6 milhões para as obras na Arena da Baixada, estádio do Atlético Paranaense e que receberá os jogos.

– O custo efetivo vem aumentando devido ao crescimento da contrapartida necessária do município para viabilizar as obras no PAC da Copa – justifica o secretário da Copa de Curitiba, Reginaldo Cordeiro, que cita, também, a revisão em projetos executivos como uma das causas do aumento.

A injeção de recursos faz com que a cidade viva uma rotina de canteiro de obras. Entre as melhorias previstas estão as obras de ampliação no aeroporto Afonso Pena, reestruturação em vias públicas entre o aeroporto e a rodoviária e o sistema integrado de monitoramento, com o controle do tráfego de veículos através de painéis.

O ponto de maior preocupação é o Corredor Metropolitano, que integra os municípios da região metropolitana e as vias radiais, totalizando 79 quilômetros. A obra não será entregue até 30 de abril de 2014, mas o Estado garante que será concluída antes do Mundial – que começa apenas um mês e meio depois deste prazo.

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Outra incógnita é quanto ao estádio. Palco das partidas, a Arena da Baixada tem o ritmo de obras lento. De acordo com o Atlético Paranaense, o percentual de estádio concluído é de 56%, mas ao se considerar apenas as obras do projeto para a Copa o percentual cai para 30%.

– As obras estão atrasadas por conta da demora na liberação do financiamento. Já foram liberados R$ 30 milhões pelo BNDES e outros R$ 30 milhões devem ser liberados nos próximos meses, quando o aumentará o percentual de obras concluídas – explicou Reginaldo Cordeiro.

Segundo ele, apesar do ritmo lento, a situação não é preocupante e o estádio deve estar pronto em 31 de dezembro. O atraso em praticamente todas as obras em Curitiba colabora para a atual descrença da população com o Mundial. Pouco se vê de mobilização pelas nas ruas, uma atitude que tende a ser contornada à medida que se aproxima da realização efetiva dos jogos.

– Quanto mais próximo ao evento mais a população estará junta e parceira, sentindo o clima do Mundial – completou Cordeiro.

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RAIO-X

Curitiba

Estádio: Arena da Baixada (R$ 184,6 milhões)

Conclusão: 56,55% do estádio, mas 30% da reforma prevista

Investimentos na cidade: cerca de R$ 573,4 milhões

Problemas: obras no trecho que liga a rodoviária ao aeroporto Afonso Pena, que preveem a desapropriação de terrenos e transposição da linha férrea. O projeto inicial prevê a conclusão em maio de 2014, mas com tantos ajustes corre o risco de ser travado. No estádio, o principal gargalo é a área de estacionamento na Arena. O projeto inicial previa a construção de vagas subterrâneas, além de 1.250 na área do estádio. Mas a Fifa faz restrições ao estacionamento subterrâneo, o que exige do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba outras alternativas – uma delas é utilizar locais particulares já construídos em regiões próxima ao estádio.