As jornadas são particularmente um tema atraente para o cinema e a literatura. Talvez porque quando se está em busca de algo, a bagagem de expectativas combinadas à memória do que ficou para traz seja uma fonte rica para se pensar sobre a própria vida, o presente, passado e futuro. Em seu filme de estreia, o curta-metragem Em busca do rio, Rodrigo Brasil m ergulha no gênero road movie para contar a história surreal da viagem de um homem e sua mãe para um local utópico – a Ilha do Desterro. A pré-estreia será nesta sexta, na Fundação Cultural Badesc, na Capital.
Continua depois da publicidade
– A história começa com a lembrança de uma criança brincando em frente a um rio. É a lembrança de um universo idílico, de um lugar paradisíaco – adianta o diretor.
O mesmo lugar paradisíaco imaginado e percebido por muita gente que vem a Florianópolis, em busca da Ilha dos sonhos. E uma história que não foge à realidade vivida também pelo próprio diretor, que veio de Minas Gerais com a família para Florianópolis há 12 anos.
No filme, os personagens encaram essa mesma viagem em busca de uma vida nova. Quem dá vida a eles é o ator e dançarino Marcos Klann e a atriz e professora Fátima Lima. Daniel Jack, Cida Facioli, Mariana Berta, Severo Cruz e Bernardo Sens também integram o elenco.
Continua depois da publicidade
Um fã em particular de road movies, Rodrigo Brasil afirma que seu interesse era mostrar algo que fosse intenso em sua própria experiência pessoal, além de ser uma homenagem à sua família e à sua mãe.
– Quando se está em busca de algo ou algum lugar se tem uma bagagem pessoal e familiar grande. O filme mostra essa busca de tentar conciliar as diferenças familiares.
Nessa linha, os conflitos entre os personagens dão o tempero. Os protagonistas Raimundo e sua mãe, dona Florinda, formam uma dupla improvável: ele é um visionário e outsider desregrado; ela, uma dona de casa comedida e zelosa. Ao longo do percurso o enredo mostra como eles tentam se reaproximar. Filho e mãe se unem no decorrer da viagem.
Continua depois da publicidade
Gravado em Florianópolis e Antônio Carlos, Em busca do rio é um filme sobre memória e invenção – sobretudo invenção.
– É bem surreal. Não tem nenhuma pegada realista e isso está explícito inclusive nas diferenças exageradas entre cada personagem.
As divergências entre Raimundo e Florinda, por exemplo, vêm à tona ao longo do percurso, principalmente após se depararam com um lobo ferido na estrada. O lobo, a propósito, é uma referência que Rodrigo Brasil absorveu de O médico e o monstro (1941), de Victor Fleming.
Continua depois da publicidade
– Tem essa proposta de trazer à tona o lado selvagem do personagem. O lobo traz isso.
O curta-metragem tem 22 minutos de duração e foi realizado com o 7º Prêmio Funcine de Produção Audiovisual Armando Carreirão 2012, na categoria diretor estreante.
:: Agende-se
O quê: pré-estreia do curta Em busca do rio, de Rodrigo Brasil
Quando: hoje, às 19h
Onde: Fundação Cultural Badesc (Rua Visconde de Ouro Preto, 216, Centro, Florianópolis)
Quanto: gratuito
Informações: (48) 3224-8846