Curso técnico é caminho para entrada no mercado de trabalho

Cerca de 140 estudantes de 19 cidades de Santa Catarina participam essa semana da etapa estadual da Olimpíada do Conhecimento, principal competição de educação profissional do Brasil. Ela reúne alunos do Senai em provas de 35 profissões, da panificação à mecânica automotiva. Nelas, os estudantes colocam as habilidades em prática em provas como confecção de peças ou softwares, construções de estruturas, mecânica e design.

::: Alunos de cursos técnicos colocam habilidades em prática em Blumenau

Para Jeferson Bachtoldt, que veio de Joinville disputar a prova de mecânica automotiva em Blumenau, o curso profissionalizante foi o caminho para a entrada rápida no mercado de trabalho. Aos 19 anos, o jovem mecânico já é funcionário de uma concessionária de veículos.

– Terminei o ensino médio em uma escola pública e por incentivo dos meus pais fiz o curso técnico. Escolhi a mecânica porque sempre gostei. Agora que já tenho um trabalho na área quero fazer faculdade – conta.

De acordo com o diretor técnico do Senai, Mauricio Pauletti um ano depois de formados os alunos dos cursos técnicos têm um índice de empregabilidade de cerca de 80%. Ou seja, somente 20% terminaram o curso e não estão trabalhando na área de formação:

– Segundo pesquisas, profissionais com formação técnica têm salários cerca de 15% melhor do que profissionais que não têm. Num momento de crise, o profissional que tem qualificação tem mais chance de se manter em um emprego e progredir no mercado.

Na instituição, existem cursos gratuitos na área de aprendizagem industrial – para adolescentes a partir de 14 anos – e cursos técnicos e de qualificação profissional, seja através do Pronatec ou bolsas do próprio sistema. Nas 11 cidades em que o Senai possui também o ensino médio, os alunos que optam por fazer juntamente o curso técnico também não pagam a profissionalização.

– Temos aumentado a participação dos jovens que fazem ensino médio no curso técnico. O indicador era em torno de 40%, hoje já está próximo de 70%. Isso é um resultado que demonstra que a educação profissional tem sido valorizada. Por muitos anos o Brasil deixou de investir em educação profissional. Nos Estados Unidos, Japão e Alemanha, por exemplo, dos jovens que estão no ensino médio, 50% fazem um curso técnico junto. No Brasil, hoje esse indicador é de 16%, estamos muito abaixo de países desenvolvidos. Já fomos piores, mas o país percebeu a necessidade e agora tem investimento, mas ainda é muito pouco – ressalta Pauletti.

Em Blumenau, segundo o diretor da unidade, Jacir Lenzi, 20 opções de cursos técnicos estão disponíveis atualmente. De acordo com Lenzi, as áreas de mecânica automotiva, edificações e moda são as mais procuradas, tanto pelos alunos quanto pelas empresas, que buscam diretamente na sala de aula seus futuros profissionais.