A morte muitas vezes é tratada como tabu, o que costuma dificultar a superação do luto. Para tentar minimizar o sofrimento das famílias, unidades de saúde vem aos poucos disponibilizando um acompanhamento profissional para os familiares do paciente que morreu.

Continua depois da publicidade

Hoje, a partir das 9 horas haverá um curso de Avaliação e Intervenção no Luto, na Associação Catarinense de Ensino (ACE), em Joinville. O curso é voltado para os profissionais de saúde para que eles aprendam técnicas de como avaliar o luto e de como ajudar as famílias.

– Em geral no serviço de saúde a gente é treinado para curar, quando ocorre a morte é comum a equipe se sentir impotente, ficar triste por ter se apegado, e não saber como agir -, explica a especialista em psicologia da saúde e hospitalar Andrea Hellena dos Santos.

Andrea esclarece que o paciente não deve ser tratado de forma isolada, especialmente em casos graves, porque por trás dele há a família. Conversar abertamente com os familiares se o paciente está morrendo, e verificar a melhor forma para falar com ele sobre o fim da vida, permite que haja a despedida.

Continua depois da publicidade

– O ritual de despedida é bem importante, quando a pessoa consegue se despedir isso ajuda a lidar com o luto mais para frente -, alerta Andrea.

Confira o caderno publicado por A Notícia sobre o assunto

O tempo médio do luto é de dois anos, no entanto a personalidade, a relação da pessoa com as perdas, o histórico de vida dela, a relação com a pessoa que morreu e o tipo de morte, influenciam no tempo e na intensidade do luto.

– Mas não quer dizer que se passou de dois anos há algo errado. O mais importante é que esteja havendo uma melhora, se a pessoa está tendo novas perspectivas, se não está mais tão chorosa, se consegue falar sobre o assunto -, explica a especialista em psicologia da saúde e hospitalar Andrea Hellena dos Santos.

Continua depois da publicidade

Em casos de luto crônico (quando a pessoa não consegue retomar a vida após a perda) os familiares chegam a apresentar dor física, alteração no apetite (para mais e para menos), não conseguem restabelecer as relações com as pessoas e tem dificuldade de voltar para as atividades do dia a dia.

A psicóloga Ivânia Jann Luna, explica que famílias que perdem filhos jovens em acidentes são as que mais procuram ajuda, especialmente as mães. Ivânia conta que atendeu a família de uma das vítimas do acidente da Tam de julho de 2007.

– A terapia do luto ajuda a entender a perda, o que aconteceu, encontrar as respostas, porque são muitas as perguntas a serem feitas, para passar pelo luto com menor intensidade de sofrimento -, afirma.

Continua depois da publicidade

As famílias se fortalecem por meio da terapia, ficam menos desesperançosas e lutam mais unidas.

– Elas costumam dizer que é bom falar sobre tudo o que estão passando -, relata Ivânia. ?