Capa, seda, renda, fios e filé. A combinação de nomes denomina as diferentes partes da fibra da banana, matéria-prima para o curso de artesanato que começou na terça-feira e continua até a quinta-feira em Jaraguá do Sul. Ofertado pela Secretaria de Desenvolvimento Regional (SDR), em parceria com a Epagri, o curso ensina como transformar a fibra retirada no caule da bananeira em peças de arte.
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Caixas, vasos, flores, chinelos e até bijuterias como brincos, colares e tiaras podem ser feitos a partir do material. A diversidade é grande e é garantida pela criatividade de cada artesã. Da fibra também são feitos móveis – fábricas da região utilizam o produto e garantem renda para os produtores e extratores da fibra.
Criado em 2005 após a crise da banana, oriunda da alta produção e de uma doença que atingiu as plantações, o artesanato surgiu como alternativa de renda para as famílias do campo. Hoje, os cursos são abertos ao público. Segundo a professora Juana Borchardt, quem mais procura as aulas são professoras de artes, que visam aumentar o rol de técnicas, e mulheres que já fazem artesanato.
Rosiane Mengarda é uma delas. As peças feitas dos pés de banana sempre chamaram atenção. Neste ano, o marido comprou uma chácara cujos vizinhos têm plantações da fruta. Os caules acabam descartados ou utilizados por Rosiane para alimentação de galinhas. Agora, o objetivo é reutilizar e garantir que parte dos caules sejam transformados em peças de artesanato.
Das 23 alunas que fazem parte do curso, algumas já trabalham com a fibra. Uma delas é Leonete Langa. Em 2005, ela fez um curso e teve o primeiro contato com as bananeiras. Hoje, boa parte de sua semana é dedicada ao corte dos caules e secagem das fibras, que são vendidas a empresas e artesãos. Chapecó e Blumenau são algumas das cidades que compram seu produto.
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O trabalho é realizado no bairro Garibaldi, em parceria com outras duas mulheres. No tempo que sobra, a dedicação das três ainda recai sobre o artesanato. Apesar da renda extra gerada pela atividade, não é o dinheiro que a motiva: Leonete garante que a fibra é uma de suas paixões.