Suas roupas são justas e curtas, num misto de conforto e sensualidade. Sobre um baita salto, requebram, abrem braços e pernas, esticam-se, jogam os cabelos, fazem carão. Ao som de Single Ladies, Toxic, Bad Romance, dançam atitude, poder e glamour. Beyoncé, Britney, Gaga, que nada. Elas são divas, e bem joinvilenses.
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Comandadas por Jessé da Cruz e Luisa Gomes, essas mulheres procuram extravasar num ambiente feito apenas para elas. Entrosamento, diversão e liberdade definem bem as características da turma, que tem aulas semanalmente no Studio Art Fitness Sabrina Lermen. O curso surgiu há cerca de um ano e busca a valorização e autoestima da mulher. Pelo jeito, tem funcionado muito bem.
– As alunas se redescobrem aqui. Criam atitude, levam para a vida pessoal o aprendizado das aulas – conta Luisa.
Com a leveza de quem está bem acostumado a andar de salto, Jessé complementa:
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– Elas chegam dizendo: “Ai, professor, eu sou torta, desengonçada, dura, não sei dançar”. Aí começam a se olhar nos espelhos, se autoavaliar e veem do que são capazes.
Após aquecimento e alongamento, as alunas – que costumam ter entre 16 e 45 anos, embora não haja restrição de peso ou idade – aprendem movimentos que compreendem desfiles em passarelas, danças de videoclipes, pose fotográfica e palco. A cada aula, novos acessórios são introduzidos ao ritual: bengala, cadeira, cartola e leque são os favoritos.
Embora seja um trabalho coletivo, o professor explica que o atendimento é individual, focado nos objetivos da dançarina:
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– A mulher consegue ser sensual do jeito dela. Com leveza, elegância. Uma coisa é importante ficar clara: esqueça os padrões. O perfil corporal de diva é o seu.
Entre os benefícios da modalidade, estão a melhora do condicionamento físico e da postura, maior resistência na respiração, desenvolvimento de músculo, ganho de flexibilidade, modelagem de corpo e perda de peso. Sem falar que as garotas se sentem mais confiantes, alegres e, segundo a professora Luisa, a energia delas muda bastante.
Para quem tem receio ou vergonha, ou ainda não se sente confortável sobre salto alto, tudo é questão de costume. Mais do que técnica, a aula de divas é artística e performática; precisa acontecer de dentro para fora.
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Várias facetas
Ela já praticou natação, musculação e boxe. Atualmente, aos fins de semana, procura intercalar caminhadas, corridas ou uma voltinha de roller. Faz também, semanalmente, ioga e pole dance. O noivo é parceiro e a acompanha nas atividades. Mas é em cima do salto que a engenheira de produção Ariane Espíndola, 25 anos, redescobre outra faceta de si mesma.
– O melhor presente da aula é poder dedicar um espaço na minha agenda para me desligar de todas as preocupações do dia a dia, para experimentar outras versões de mim mesma e estar conectada com a minha melhor versão. Sem dúvidas, esta versão tem um toque “diva”.
Para Ariane, a aula de divas é ao mesmo tempo leve e intensa, e também muito descontraída. Os resultados físicos aparecem rápido: a engenheira se sente mais resistente, flexível e ágil. Segundo ela, as pernas e a barriga agradecem. Esses, porém, são benefícios secundários. Por meio da dança, ela encontra liberdade de expressão.
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– O ato de dançar, independentemente da modalidade, representa o respeito a um momento somente meu e único, simboliza o contato com a minha essência, onde não existe outra preocupação, a não ser me entregar totalmente e deixar o corpo falar… Ele sempre tem algo a dizer!
Ariane nunca buscou profissionalização, mas se identifica com a dança de forma geral como expressão de arte. Por isso, já praticou diversas modalidades: zumba, afro, street, dança de salão e gaúcha.
– Na verdade, gosto de descobrir novas modalidades. Fiz uma aula experimental de dança do ventre e adorei, talvez inclua na rotina do segundo semestre – conta, empolgada.
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Dançar faz bem
Desde o ano passado, a advogada Alessandra Prestes Miessa Bittencourt, 41 anos, não leva a vida apenas celebrando as alegrias – ela passa seus dias divando.
Apaixonada por dança, iniciou aos cinco anos aulas de balé clássico, contemporâneo e jazz. Após uma cirurgia, precisou readequar seus horários e foi quando descobriu o curso de divas.
– Para mim, é mais do que um exercício: é um momento meu. Além de toda a parte física, tem a emocional. Eu saio das aulas muito feliz.
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Por causa do trabalho, Alessandra enfrentou um difícil período de estresse, com episódios de pânico. A dança, sem dúvidas, foi fundamental no processo de melhora. Ela conta que funciona como terapia com efeito rápido. Muitas vezes, chega à aula preocupada e irritada, mas sai de lá mais disposta, feliz e animada.
– As minhas referências são diversas – relata a advogada. – Gosto muito de ler sobre pessoas comuns e suas histórias de superação. Busco chegar a um equilíbrio dentro das minhas necessidades. A alimentação saudável e a prática de exercícios são fundamentais, mas a sociabilização, as amizades e o cuidado com a alma também são importantes para mim.
Casada, mãe de três filhos, a família de Alessandra percebe o quanto a dança lhe faz bem.
– Quando estou me arrumando, meu caçula já pergunta: “Está indo para sua aula de dança?”.
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