Não tem fórmula única nem segredo. O caminho é individual, mas pode ser traçado coletivamente. Mesmo assim, um estudioso do tema promove, na noite desta quinta-feira, um curso para falar sobre como fazer da felicidade um caminho e não apenas um destino final.
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Formado em Direito, Psicologia e com MBA em Economia e professor do Método DeRose, o empresário Fabiano Gomer apresentará técnicas de como respirar melhor, relaxar, concentrar-se, promovendo mais saúde para corpo e mente. O evento ocorre logo na noite desta quinta-feira, a partir das 20h15min, no Centro de Cultura e Bem-Estar (Rua Luciana de Abreu, 115 – Porto Alegre).
Confira a entrevista a seguir:
Vida – Tem uma fórmula para aprender ou ensinar a ser feliz?
Fabiano Gomes – As pessoas sempre buscam fórmulas.Se puder falar de uma, posso dizer que felicidade = genética + ambiente + escolhas. Nós mostramos meios e instrumentos simples e práticos que se pode usar para aumentar o grau de felicidade. Depois dos 25 anos a genética diminui, mas as escolhas, ambiente, estilo de vida e alimentação representam cercam de 40% dessa questão. Todo mundo sabe como o exercício tem um papel fundamental, pois melhora dopamina e endorfina. A concentração também aumenta a dopamina e diminui o cortisol. Trago dados científicos que corroboram com o que estou falando. Dados que comprovam matemáticamente. Por exemplo: oito semanas aumenta de meditação aumenta a massa cinzenta do cérebro. Mostra que se dedicar a trabalho de concentração regular aumenta córtex, melhora a memória e a sensação de bem-estar. Hoje tem muitos estudos científicos que mostram que quem exerce a gratidão é mais feliz. é o tal barato de quem faz o bem, algo que mexe com a química cerebral. A grande mudança de paradigma é que as pequenas coisas fazem a diferença. As grandes coisas tem influência por um curto prazo, mas elas não se sustentam se não exercitarmos regularmente.
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Vida – O que é ensinado no curso?
Gomes – Mostramos que devemos colocar os bons atos aos poucos na nossa vida e ritualizar a rotina com algo que seja prazeroso. A feliciddade pode ser um fim e um meio ao mesmo tempo. A caminhada feliz não nos deixa imune à tristeza e às coisas ruins. Mas as pessoas felizes se recuperam mais rápido nas adversidades e conseguem seguir a caminhada na direção querem. Outra questão que influencia é sentir que a vida vale a pena. Pode ser cuidar da família. Pode ser viajar. Cuidar das pessoas que amamos.
Vida – Você poderia citar algumas técnicas?
Gomes Fazer uma lista de gratidão de cinco coisas que merecem ser agradecidas durante 21 dias. Antes de dormir, anote em um caderninho coisas simples do tipo “hoje fez sol”, “falei com um amigo”, “ajudei uma pessoa que precisava”. Não precisa ser algo grandioso. Fazer uma boa ação consciente todos os dias (ajudar o sobrinho no tema de casa, por exemplo). Escreva a boa ação do dia, todos os dias. Fazer cinco a dez minutos de concentração. Ao acordar ou antes de dormir, colocar atenção no ato respiratório.
Vida – Hoje a felicidade se tornou um valor sem o qual não é possível viver sem. Ela está sendo capitalizada?
Gomes – Como está na moda, as pessoas estão começando a valorizar mais. Os cientistas políticos e economistas estão se dando conta que é mais vantajoso financeiramente investir em felicidade. Nos anos 80, existiam 200 artigos científicos sobre felicidade no mundo. Nos últimos 18 meses, são 27.335. Tem também a questão da Felicidade Interna Bruta, no Butão, que diz que a grandeza de uma ação não é medida apenas pelo dinheiro, mas pela resiliência ecológica (ou seja crescer sem estragar o país, preservação de valores culturais, boa governança, vitalidade da comunidade, saúde, desenvolvimento sustentável, jornada de trabalho não sacrificante). Ou seja, está aumentando a quantidade de estudos científicos da felicidade. Não é necessariamente exploração comercial. Há muitos estudos sérios.
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Vida – A falta de felicidade é um aspecto que impacta diretamente na saúde e bem-estar, e pode ser inclusive um problema químico. Como descobrir a ferramenta certa para a busca deste valor?
Gomes – Segundo a OMS, hoje temos mais saúde física, dinheiro e longevidade, mas estamos mais infelizes. Uma prova é que antigamente, a média de início de depressão era 30 anos, hoje é de 14 anos. A melhor forma para descobrir isso é procurar ferramentas. Eu trabalho com pessoas que estão bem e querem ficar melhor. Gente que quer dar uma guinada, fazer um trabalho profilático e querem a felicidade antes do sucesso. Quando as pessoas estão mal, deprimidas, tem que buscar profissionais especializados – psicólogos, psiquiatras, terapeutas. A respiração e o esporte são ferramentas imediatas. Mas o sentido mais complexo, é uma busca que vai do início ao fim da vida. Essa busca é constante e individual.