O cheiro anunciava de longe. Quem passou perto do Salão Social da Igreja Matriz Sagrado Coração de Jesus, em Massaranduba, nesta semana pode ter sido cativado pelo aroma que exalava de sua cozinha. Foi aquele o espaço que se transformou em um reduto de resgate cultural polonês através de um de seus mais deliciosos aspectos: a gastronomia. De segunda-feira até ontem um curso de culinária polonesa movimentou o salão e garantiu mais uma etapa do processo de resgate das origens do bairro Guarani Mirim.

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:: Aprenda duas receitas ensinadas no curso de gastronomia polonesa ::

O padre Márcio Lacoski foi um dos responsáveis pela realização do curso, feito pela Paróquia em parceria com a Associação Polonesa Karol Wojtyla. Desde que chegou à cidade, o pároco percebeu a importância da recuperação da história local do bairro, colonizado principalmente por poloneses. Atualmente, um grupo denominado Cultura Polonesa reúne-se mensalmente para debater ações e lembrar de fatos. Foi de um desses encontros que surgiu a recordação sobre os diversos pratos poloneses existentes – muitos dos quais eram servidos pelos pais e avós dos atuais adultos da comunidade.

O padre entrou em contato com um prima de Curitiba, Josefa Czelusniak, que por sua vez contatou uma amiga, Ana Turek. Ana traz nas costas uma experiência exemplar com a culinária polonesa. Há pelo menos quatro cônsules é a cozinheira responsável por jantares e refeições especiais para o Consulado Polonês de Curitiba, assim como da Paróquia Polonesa Santo Estanislau. De origem polonesa, o País já foi visitado e quitutes atuais foram aprendidos lá, bem como os costumes modernos desse povo.

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– Eles comem muita sopa. Tem também a batata, de tudo que é jeito, e a carne é sempre em uma porção pequena. O orégano e a manjerona são temperos muito usados _ conta.

No curso, foram ensinadas cerca de 12 receitas, como devolay (rolinho de lombo de porco recheado), daszek (doce conhecida por telhadinho), barszcz (sopa), kluski (nhoque de batata), makowa (torta papoula). Tudo devidamente provado e aprovado pelos 22 alunos do curso, que não esconderam suas origens, seja ao orar em polonês antes de cada refeição ou ao relembrar da infância ao provar os quitutes. Mesmo quem não participou do curso aprovou a iniciativa.

– Meu marido já disse que não posso deixar de fazer o devolay para ele _ ri a aluna Clara Klosowski Morsch.