Nos 200 anos de Anita Garibaldi, a reportagem do Diário Catarinense separou 8 curiosidades sobre a heroína catarinense que lutou na Revolução Farroupilha e na Unificação Italiana. Em todas as batalhas, ela defendia os ideais republicanos.
Continua depois da publicidade
> Receba as principais notícias de Santa Catarina no WhatsApp
> Leia a cobertura especial sobre os 200 anos de Anita Garibaldi
A vida de Anita Garibaldi é cheia de aventuras e batalhas. Ela nasceu em 1821 e, desde então, construiu princípios republicanos e mostrou estar à frente do seu tempo. A história da heroína catarinense tem diversos pontos curiosos e que chamam atenção pela audácia e pela força da mulher do século XIX.
Veja 8 fatos curiosos sobre Anita Garibaldi
1. Anita não é o nome oficial da heroína
Ana Maria de Jesus Ribeiro é o nome que está registrado na certidão de nascimento da catarinense. Segundo o historiador Adílcio Cadorin, até os 18 anos ela era chamada de Aninha pela família. Quando conheceu Giuseppe Garibaldi, o revolucionário falou em italiano: “Uma pequena Ana para nós em italiano se chama Anita. Vou te chamar de Anita”. Desde então, Aninha trocou o “Ana Maria” por “Anita” e o “Ribeiro” por “Garibaldi”.
Continua depois da publicidade
2. Giuseppe tinha certeza que Aninha seria sua companheira
Depois de conquistar Laguna com a tropa de Canabarro, Giuseppe Garibaldi olhava a cidade do Sul de Santa Catarina com uma luneta. Do alto mar, ele enxergou uma mulher e se apaixonou. Era Ana Maria. O revolucionário desceu da embarcação e encontrou Anita. Segundo “Memórias de Garibaldi”, escrito por Alexandre Dumas, Giuseppe contou a cena do primeiro encontro do casal:
“Ficamos ambos estáticos e silenciosos, olhando-se reciprocamente, como duas pessoas que não se vissem pela primeira vez e que buscam na aproximação alguma coisa como uma reminiscência. A saudei finalmente e lhe disse: ‘Tu deves ser minha!’”.
3. Tio Antônio e Garibaldi
O pai de Anita faleceu quando ela ainda era uma adolescente. Seu tio Antônio, que teve a casa incendiada por imperialistas em Lages, passou a morar em Laguna e a reforçar os princípios republicanos em Anita. Garibaldi, assim como a amada, era um ferrenho republicano. Oficial da Marinha, ele lutava batalhas para defender seus ideais.
> Urna eletrônica no Brasil: conheça a história e como funciona a segurança do equipamento
Foi o encontro de dois homens importantes na vida da heroína que proporcionou um dos momentos mais felizes para ela. Segundo o autor do livro “Anita Garibaldi: guerreira da liberdade” (2003), Adilcio Cadorin, os dois se encontraram depois da guerrilha no Passo de Santa Vitória, no Rio Pelotas, em Lages.
Continua depois da publicidade
4. Anita, guiada pelo instinto, fugiu e encontrou Garibaldi
Durante a Batalha de Curitibanos, Anita estava na retaguarda com seus homens carregando os armamentos. Depois de um dos comandantes da tropa cair em uma armadilha, ela foi tentar ajudar e foi capturada pelos imperiais. Grávida do primeiro filho, ela foi presa.
Os oficiais avisaram Anita que Garibaldi tinha sido morto na batalha. Imediatamente ela pediu para procurar o corpo do amado e, revirando os mortos, a catarinense se encheu de esperança ao não conseguir achar Giuseppe. A estratégica mulher esperou uma distração dos guardas para fugir com um cavalo e buscar seu amado. Guiada pelo instinto, encontrou Garibaldi em Vacaria oito dias depois.
5. Anita falava quatro línguas
Anita Garibaldi veio de uma família simples que morava em uma vila que hoje é Laguna. Além da cidade brasileira, ela morou também no Uruguai e na Itália. Segundo o historiador e autor Adilcio Cadorin, autor de Anita Garibaldi: guerreira da liberdade (2003), há registros de que ela conseguia compreender e se comunicar em Português, Espanhol, Italiano, Dialeto de Piemonte e Francês.
O jornalista e autor de “Anita Garibaldi – Uma Heroína Brasileira” (1999), Paulo Markun, diz que não há registros de que Anita sabia escrever. Segundo ele, cartas atribuídas a ela têm grafia diferente entre si. Em comum, apenas a assinatura.
Continua depois da publicidade
6. Anita e Garibaldi perderam uma filha
O casal Garibaldi enfrentou um drama familiar no Uruguai. Sua segunda filha, Rosa, teve uma infecção na garganta e morreu aos dois anos. Segundo o historiador Adilcio Cadorin, a morte da menina abalou Anita. Quando Garibaldi pede que ela vá para a Itália, a catarinense coloca uma única condição: que os restos mortais da filha também sejam levados para lá.
7. Anita levou coice enquanto estava grávida
O historiador Adilcio Cadorin conta que em uma batalha, enquanto Anita estava grávida do seu primeiro filho, ela levou um coice de um cavalo na barriga. No nascimento, Menotti nasceu com o crânio afundado, que logo voltou à forma normal.
8. Anita teve sete sepultamentos
Anita foi sepultada sete vezes. Em junho de 1849, seu marido Giuseppe Garibaldi comandava a defesa da República. O grupo de Giuseppe acabou derrotado e ele e a esposa fugiram. No caminho, Anita adoeceu. Ela estava grávida de seis meses e começou a ter febre.
> Trabalho solidário nas mãos das mulheres em Santa Catarina
Em 4 de agosto de 1831, em uma fazenda em Mandriole, Anitta morreu. O corpo dela acabou arrastado com uma corda no pescoço e enterrado às pressas, por medo de contágio da doença e pelo temor às tropas austríacas, em uma cova muito rasa. Esse foi o primeiro seu primeiro sepultamento.
Continua depois da publicidade
O corpo acabou sendo localizado e levado a um cemitério. Depois foi levado por grupos garibaldinos a um local desconhecido. Eles temiam que os restos mortais fossem raptados.
> Moda sem gênero prega uma forma de se vestir livre de preconceitos
O quarto enterro aconteceu quando o padre Francesco Burzatti descobriu o ocorrido e pediu o corpo de volta para ser sepultado dentro da igreja.
Anitta foi sepultada ainda em Nice, por Garibaldi e em 1831 foi levada à Itália por Mussolini. Em 1832, o monumento em homenagem a Anitta, na Passeggiata del Gianicolo, em Roma, ficou pronto e, em uma grande cerimônia, os restos mortais da republicana foram colocados embaixo da construção. Esse foi o sétimo e último sepultamento de Anita.
Leia também
Primeira PM trans de SC tem identidade reconhecida após 10 meses de espera
Continua depois da publicidade
Oficial da PM de Camboriú é primeira mulher catarinense a integrar força de paz da ONU