Pela cartilha de Dunga, é preciso ir além do comum quando a serviço da Seleção, o que inclui desempenhar mais de um papel em campo, mesmo que não seja aquele do clube.
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A turma que conquistou o treinador neste quesito conta com os titulares Michel Bastos e Robinho e os reservas Gilberto e Daniel Alves: são os curingas. A mostra desta tática veio já na estreia, diante da Coreia do Norte.
Atacante de origem, Robinho virou meia quando Dunga sacou Kaká. Mostrou, no segundo gol, que pode atuar mais recuado, já que foi dele o passe para Elano. Ainda balançou a certeza de que Júlio Baptista é o reserva de Kaká.
Até Robinho foi para o sacrifício. Assim como Daniel Alves. Espécie de 12º jogador da Seleção, entrou durante a partida contra os norte-coreanos no lugar de Elano. Considerado um dos melhores laterais-direitos do mundo por suas atuações no Barcelona, no Brasil está claro que Dunga conta com o baiano como um jogador de meia.
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Na Copa das Confederações do ano passado, Daniel foi escalado inclusive como lateral-esquerdo. Fez, de falta, o gol da vitória do Brasil sobre a África do Sul, na semifinal.
Há curinga, também, que tenha voltado às origens. Caso do ala esquerdo Michel Bastos, que no Lyon joga como meia – não era ala desde a ida para a Europa, havia quatro temporadas. O curioso é que o reserva de Michel, Gilberto, passa pela mesma situação no Cruzeiro. Ex-lateral, mas anda jogando de meia. Dunga, porém, o vê como lateral.
O técnico acredita em soluções diferentes dentro do próprio grupo para superar eventuais dificuldades. O volante Ramires é outro versátil capaz de sair do banco. Substituiria tanto Felipe Melo, o primeiro cabeça de área da equipe, quanto Elano, fazendo a função de quarto homem do meio. Os curingas estão bem vivos.