As forças curdas destruíram milhares de casas no norte do Iraque em uma aparente tentativa de afastar as populações árabes, denunciou nesta quarta-feira a Anistia Internacional.
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A ONG afirma que estas destruições se produziram após a recuperação, por parte das forças curdas, de zonas controladas pelo grupo jihadista Estado Islâmico (EI), que invadiu vastas zonas ao norte e oeste de Bagdá em 2014.
A destruição e o roubo de bens têm se tornado práticas correntes na guerra contra o EI, para o desespero da população.
“As forças peshmergas do governo regional do Curdistão e as milícias curdas destruíram milhares de casas, com máquinas, explosivos ou incêndios, para se vingar do possível apoio de seus proprietários” ao EI, afirma a Anistia.
“As forças (da região autônoma do Curdistão) parecem realizar uma campanha deliberada para deslocar pela força as populações árabes”, disse Donatella Rovera, conselheira para situações de crise na Anistia.
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“O fato de deslocar civis pela força e destruir suas casas de forma deliberada sem objetivo militar pode equivaler a crimes de guerra”.
Muitos civis que fugiram do conflito também não foram autorizadas a regressar.
A ONG obteve provas de “deslocamentos forçados e destruição de casas em grande escala” pelas forças curdas na províncias de Nínive, Kirkuk e Diyala, fora do Curdistão mas na zona abandonada pelas forças iraquianas após a ofensiva do EI em 2014.
wd/lr