Semana de derrotas e de enfraquecimento político para o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Depois de o Conselho de Ética abrir o processo de cassação, a maioria do plenário do Supremo Tribunal Federal votou a favor da denúncia da Procuradoria-Geral da República. Com isso, o destino de Cunha rei da chamada Propinolândia está praticamente selado. Se o julgamento terminar hoje, ele será réu na Lava-Jato. O voto do relator não poderia ser mais preciso, identificando os casos de lavagem, inclusive reconhecendo a utilização da igreja em uma das operações. Também foi uma boa surpresa a iniciativa de outros cinco ministros que, dispostos a seguir o relator, adiantaram rapidamente os seus votos. O julgamento segue hoje, e há quem duvide de que algum ministro peça vista. Esse é um resultado emblemático porque ataca o núcleo político da Lava-Jato. Não à toa, investigadores comemoravam o resultado, chegando a apostar que o caminho de Cunha é o da condenação. Difícil, agora, é aceitar que essa figura continue à frente da presidência da Câmara, mesmo virando réu. Ele afirma que não se afasta porque há outros parlamentares em situação semelhante, o que infelizmente não é mentira. Como disse o ministro Marco Aurélio Mello durante o julgamento: a que ponto chegamos.
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