Defensor do rompimento entre PMDB e governo desde julho do ano passado, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), disse que, partir de agora, o vice-presidente da República, Michel Temer, deve cumprir seu papel constitucional, sucedendo a presidente Dilma Rousseff caso ela seja impedida.

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— O PMDB não faz parte deste projeto. O PMDB não é responsável por este projeto. Nunca participou da formulação de política econômica ou de qualquer política de qualquer natureza. O PMDB foi apenas utilizado este tempo todo de aliança para votar as matérias que eles decidiram, nunca para participar da formulação de nada — afirmou Cunha, comemorando a decisão do PMDB de rompimento tomada na tarde desta terça-feira, por aclamação.

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A articulação silenciosa de Temer

Cunha disse que “não tem sentido o PMDB ficar de sócio de ônus de um governo impopular, com medidas que não concordamos e às quais o PMDB está sendo corresponsabilizado”.

— A partir de agora, o PMDB tem que seguir o seu caminho (através do) qual ele entende como deve ser conduzido o país — afirmou o peemedebista.

O presidente da Câmara afirmou que a decisão tomada nesta terça-feira “é tardia” e que o partido não deveria sequer ter participado do segundo mandato de Dilma Rousseff.

— Foi um erro — afirmou.

Questionado sobre o papel de Temer após o rompimento, ele foi sucinto:

— O papel previsto na Constituição: substituir na eventualidade e sucedê-la, se for o caso. Não há outro papel previsto — afirmou.

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Para Cunha, antes de vice-presidente da República, Temer é presidente nacional do PMDB, reconduzido no início de março, e, por isso, tem que cuidar primeiro dos interesses da legenda.

— Ele é presidente do PMDB, está exercendo a função dele de presidente do PMDB. Tem que cuidar em primeiro lugar do partido — disse Cunha.

Eduardo Cunha procurou descolar a decisão do partido de romper com o governo da perspectiva de Temer assumir o comando do país.

— O PMDB tinha que sair de todo jeito. Tendo ou não tendo impeachment, passando ou não passando, o PMDB tem que buscar o seu caminho — disse o presidente da Câmara.

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*Estadão Conteúdo