O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a condenar a abertura do processo de impeachment contra Dilma Rousseff. Em entrevista ao jornal El País, o petista afirmou que a ação “não tem nenhuma base legal ou jurídica, nem sentido”. Além disso, criticou a postura do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que aceitou o pedido de abertura de destituição contra Dilma:

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– O presidente da Câmara dos Deputados atua por vingança contra o PT, de uma maneira irresponsável, sem levar o país em consideração – disse.

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Apesar das turbulências econômicas, Lula afirmou estar convencido de que os milhões de brasileiros que saíram da pobreza durante os seus mandatos “não voltarão” à situação anterior.

– Ao invés de comer carne todos os dias, comerão arroz um dia, por assim dizer. Isso é passageiro – comentou.

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– Quando acabarem todas as turbulências, a presidente deveria estimular uma política de crédito para financiar empresas e milhões de pequenos empresários, inclusive os trabalhadores. Senão, a economia ficará bloqueada – analisou.

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Ao ser questionado se disputará as eleições de 2018, Lula afirmou que gostaria que fosse outra pessoa.

– Mas, se tiver que me candidatar para evitar que alguém acabe com a inclusão social conseguida estes anos, eu o farei – explicou.

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O ex-presidente também falou sobre a política espanhola. E expressou o desejo de que o partido de esquerda radical Podemos tenha êxito nas eleições gerais de 20 de dezembro na Espanha.

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– Tem muitas semelhanças com o PT quando conquistou seu primeiro governo: ambições, vontade, e isso é extraordinário – comparou.

– Você pensa que vai fazer tudo. Depois, descobre que surgem problemas com as instituições, com a burocracia. Mas gostaria que tivessem êxito – completou, antes de afirmar que o partido liderado por Pablo Iglesias é “uma extraordinária novidade”.

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