O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), disse na tarde desta quarta-feira que o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff deve voltar a andar na quinta-feira da próxima semana na Casa, no dia seguinte ao julgamento dos embargos de declaração do Supremo Tribunal Federal (STF). A sessão da Corte está marcada para quarta-feira, dia 16.

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— Nós daremos alguma sequência óbvia na quinta-feira, sem dúvida nenhuma. Não podemos ter paralisado o processo, até porque a oposição está em obstrução — afirmou.

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Cunha disse que não há lógica em deixar a eleição da comissão processante para a semana santa. Durante a sessão desta tarde, o peemedebista informou ao plenário que estenderá a sessão da quinta-feira da próxima semana pelo tempo necessário para a escolha da comissão especial.

— O que tiver de fazer será feito na quinta-feira — declarou.

O deputado prevê que nesta semana não haja votações importantes na Casa porque há um clima de obstrução em curso, seja pela oposição ou pela base governista. Ele acredita que o projeto que suspende a regra de cálculo das dívidas dos Estados e municípios tem condições de ser votado na próxima terça-feira.

— Hoje mais permanece o desejo de obstrução da oposição que o governo não está com vontade de enfrentar — concluiu.

Ele disse ainda que fazem parte do Parlamento manobras de obstrução, ora de governistas, ora de oposicionistas.

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— Você não vai achar que aqui tem lógica tudo, né? Muitas coisas são feitas pela lógica do dia e do momento — completou o deputado, ressaltando que o governo não tem cumprido os acordos para votar o projeto do deputado Esperidião Amin (PP-SC).

Conselho de Ética

Sobre a suspeita de que houve falsificação da assinatura do deputado Vinícius Gurgel (PR-AP) na carta de renúncia como titular do Conselho de Ética, o peemedebista voltou a repetir que não teve participação no episódio. Questionado se a Mesa Diretora não checou a autenticidade da firma, Cunha informou que os técnicos sempre conferem as assinaturas, mas que ele não interfere neste trabalho.

— Eu não tenho interferência no que a Mesa faz, é bom deixar isso claro. Isso é uma coisa automática — enfatizou.

Cunha disse que não é porque um jornal publicou que dois peritos detectaram a falsificação da assinatura de um parlamentar que a Casa vai instalar automaticamente um procedimento de investigação.

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— A Mesa tem seu trâmite para cuidar, ou alguém acha que o presidente da Casa que vai conferir assinatura? — insistiu.

O peemedebista rechaçou a hipótese de atrelar seu nome ao episódio.

— Não dá para eu aceitar querer me atribuir qualquer tipo de métodos ao qual não participei. Então não posso aceitar nem a insinuação dessa natureza, eu repudio de forma veemente qualquer insinuação e não vou permitir que ninguém o faça — rebateu.

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