Dois cúmplices do homicídio contra Jéssica Elias, de 23 anos, em 2023, foram condenados pelo Tribunal do Júri em Braço do Norte, no Sul do estado. De acordo com o Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), a sessão de julgamento durou mais de 20 horas entre a última sexta-feira (18) e a madrugada de sábado (19). Os dois homens julgados participaram dos crimes, que no total foram praticados por quatro pessoas.
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Um dos homens foi condenado a 21 anos, oito meses e 15 dias de reclusão em regime inicial fechado pela prática dos crimes de cárcere privado, homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver. Segundo o MPSC, ele foi responsável por asfixiar Jéssica após ser gravemente agredida, levando-a à morte. Além de ter participado do sequestro e ter enterrado o corpo da vítima, duas vezes, em locais distintos, com o auxílio de duas acusadas. Ele é companheiro da ex-sogra da vítima.
Já o segundo réu foi condenado a dois anos, seis meses e 10 dias de reclusão em regime inicial semiaberto por ocultação de cadáver e coação no curso do processo. O homem, que é filho de uma das autoras do crime, a ex-sogra da jovem, auxiliou na ocultação do cadáver quando este foi enterrado pela segunda vez.
As Promotoras de Justiça Daianny Cristine Silva e Andréia Tonin representaram o MPSC, apresentando as teses acusatórias que levaram à condenação dos dois réus.
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— A sociedade de Braço do Norte pôde julgar com maestria esses crimes brutais que abalaram a paz da comunidade. O Ministério Público defendeu seus valores institucionais em plenário e seguirá atento para garantir que as duas rés sejam condenadas e responsabilizadas, possibilitando que seja feita justiça — comenta a Promotora Daianny Cristine, representante do MPSC no julgamento.
As outras duas acusadas são a atual namorada do ex-companheiro e a ex-sogra da vítima. Conforme o MPSC, foram elas que planejaram o homicídio e ainda serão julgadas, porém a data ainda não foi definida.
As rés também estavam em plenário, mas o processo precisou ser paralisado após 18 horas de julgamento, pois a defesa deixou a sessão após ser confrontada pelo MPSC em relação às provas diversas da dos autos. De acordo com a juíza que presidia a sessão do júri, o abandono de plenário foi imotivado, sendo oficiado o órgão de classe para apurar a conduta dos advogados.
Relembre o caso de homicídio
O crime iniciou em 21 de janeiro de 2023, em Braço do Norte, quando a atual do ex-namorado de Jéssica e a ex-sogra junto ao companheiro sequestraram a vítima e a mantiveram em cárcere privado. As duas mulheres e o réu condenado a 21 anos atraíram a vítima por um perfil falso nas redes sociais para um encontro, alegando que teriam um recado do ex-companheiro, que está preso, para dar a ela. Ao chegar ao ponto de encontro, a mulher foi surpreendida pelos três criminosos, que bateram com o carro na bicicleta em que ela estava e a sequestraram para dentro do veículo que pilotavam.
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A vítima foi mantida em cárcere privado até o dia 23 de janeiro, sendo agredida e impedida de se alimentar ou beber água, sendo até amarrada e amordaçada. Após agressões e estrangulamento, a jovem acabou morrendo.
Após a morte, o corpo da vítima foi ocultado pelos criminosos em dois locais e momentos distintos. A primeira vez foi no dia 23 de janeiro, em um sítio na cidade de Braço do Norte, onde as duas mulheres e um dos homens enterraram o corpo da vítima com a intenção de despistar.
Na segunda vez, com a ajuda do quarto réu, filho da ex-sogra da vítima que foi condenado a pouco mais de dois anos, eles desenterraram o cadáver e o transportaram para um outro local, onde novamente o ocultaram, enterrando-o em uma cova em uma região de mata. O corpo foi encontrada ainda no dia 23 de março de 2023.
Motivações do crime
O crime foi cometido por motivo torpe, segundo o MPSC, as duas mulheres haviam tido desavenças anteriores com a vítima. O ex-companheiro de Jéssica foi preso por ter causado um incêndio na residência dela em 2020, o que fez com que as duas mulheres a responsabilizassem pela prisão.
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“O crime também foi cometido por meio de recurso que dificultou a defesa da vítima, tendo em vista a superioridade numérica dos autores, com maior força física e com meio cruel, causando intenso sofrimento físico e mental à vítima, que foi mantida refém antes de ser morta”, informa o MPSC em nota.
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