É ponto pacífico que Santa Catarina está cada vez mais preparada para lidar com estas situações.
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Menos de um mês da enchente que atingiu especialmente o Planalto Norte catarinense, a população do Estado voltou a sentir nos últimos dias os efeitos das chuvas em 37 municípios, com previsão inicial de 40 mil pessoas desalojadas ou desabrigadas, informações que ainda podem mudar devido às atualizações que forem sendo encaminhadas à Defesa Civil estadual. O episódio, que atingiu especialmente as regiões Oeste e Meio-Oeste, remete sim a um problema que tem virado praticamente crônico em Santa Catarina, mas ao mesmo tempo evidencia o fortalecimento da cultura da prevenção, realmente o caminho para um Estado tão suscetível a fenômenos climáticos intensos.
É ponto pacífico que Santa Catarina está cada vez mais preparada para lidar com essas situações. Como já foi registrado neste espaço, é sinal de um maduro aprendizado com infortúnios anteriores. Como no ano passado, a mobilização dos últimos dias envolveu todos os setores e foi pautada pela transparência nas informações sobre o clima. Responsavelmente, a Defesa Civil municiou o público com orientações úteis para o enfrentamento do problema da melhor forma possível e orientou acertadamente os moradores da pequena cidade de Arvoredo a deixarem as casas em locais considerados de risco.
O órgão estadual acertou ao priorizar a vida, removendo as pessoas de uma possível enxurrada de consequências imprevisíveis. Mesmo que a intensidade tenha sido, felizmente, menor do que a esperada, é sempre melhor trabalhar no sentido de prevenir. Da mesma forma, as redes sociais voltaram a ser usadas de forma eficiente na troca de atualizações sobre os pontos mais atingidos e a respeito do panorama nas estradas. Calejada por sucessivas enchentes, Santa Catarina vem agindo com mais responsabilidade ao lidar com os dados técnicos sobre possíveis desastres que se avizinham, mas precisa fazer a lição de casa para que o problema deixe de ser crônico.
Paralelamente a isso, é imprescindível que Santa Catarina elenque como prioridade o investimento em obras de infraestrutura que minimizem consideravelmente os transtornos causados pelas águas, como a construção de novas barragens, a melhoria de escoamento de rios e a instalação de estações metereológicas, como o recente radar montado em Lontras, no Alto Vale do Itajaí. Afinal, o ideal é que os cidadãos catarinenses não fiquem mais tão apreensivos a cada previsão que inclua fenômenos climáticos adversos.
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