O que vem à tona neste momento é a chamada vontade política de resolver assuntos. Mas se os gestores públicos não conseguem dar celeridade, pergunta-se: quem conseguirá?

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Quem enfrenta diariamente a lentidão da Via Expressa, levando mais de hora para cumprir trecho que poderia ser percorrido em cerca de 10 minutos, sabe a importância de uma obra como a ponte Hercílio Luz. Quem enfrenta diariamente a tranqueira da SC-403, que liga a SC-401 à praia de Ingleses, sabe a relevância de uma obra de 5,2 quilômetros não se arrastar tanto. Quem lida com infraestrutura sabe o quanto serviços como o de um aeroporto são tão fundamentais hoje em dia.

Todos esses usuários, vítimas da cultura de lentidão que costuma marcar o calendário do serviço público, exigem uma ação mais incisiva do governo estadual e da Infraero _ no caso do aeroporto _ junto às empresas responsáveis pelas obras, todas atrasadas, conforme mostra este jornal desde domingo. Conforme publicado, o próprio governo do Estado tinha dado um ultimato à líder do consórcio que restaura a ponte no final de 2011. Até quando os cidadãos ficarão à mercê de ultimatos desdenhados por quem deveria prestar satisfações públicas? É de se ressaltar que a empresa que lidera a maioria das obras é de caráter idôneo, apesar de constantemente envolvida em questionamentos de contratos e de atrasos de obras. Não se discute o fato de ser uma empresa dentro da lei.

O que vem à tona neste momento é a chamada vontade política de resolver assuntos. Governos, Infraero e outros órgãos vivem a explicar a lentidão de obras fundamentais para o andamento das cidades e dos cidadãos. Mas se os gestores públicos não conseguem dar celeridade, pergunta-se: quem conseguirá? Temos ciência do papel importante que os veículos de comunicação social podem exercer, dando o devido destaque às demandas da sociedade. Mas o governante precisa agir. O governo do Estado de Santa Catarina tem uma oportunidade de ouro amanhã, dia em que os empresários prometem entregar novo cronograma para a obra da ponte Hercílio Luz. Como fazer para ser cumprido?

Com fiscalização constante da sociedade e atuação séria do poder público no acompanhamento de todos os prazos. Os exemplos de obras públicas que se arrastam – boa parte sem justificativas plausíveis -, são muitos e não deveriam ser eternamente tolerados. Por dois motivos básicos: envolvem dinheiro de todos os contribuintes e dizem respeito à qualidade de vida de todos.

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