A praça Saldanha Marinho, a menos de um quilômetro da boate Kiss, no Centro de Santa Maria, lotou no fim da tarde desta segunda-feira. Com olhares marejados e abraços apertados, milhares de pessoas se aglomeraram no entorno dela para participar de um culto ecumênico e, independente da religião, rezar pelas vítimas do incêndio que consternou o mundo na madrugada de domingo.
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A ocasião também é uma forma de homenagear as vítimas fatais e os jovens feridos ainda internados em hospitais do Estado. A celebração durou cerca de 45 minutos e terminou com uma longa salva de palmas.
– Que este triste evento sirva para nos tornar mais família, mais unidos em torno do amor. O mundo inteiro olha por Santa Maria. E isso mostra que a humanidade ainda não perdeu a sensibilidade e a capacidade de se solidarizar com os irmãos. Ainda não perdemos nossa identidade – rezou o padre Francisco Bianchini, o padre Xico.
Mais tarde, às 22h, duas caminhadas saem do local em direção à boate Kiss. A previsão é de que mais de duas mil pessoas participem da homenagem, que, em silêncio, pretende levar flores e cartazes em memória das vítimas do incêndio do fim de semana.
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A tragédia
O incêndio na boate Kiss, no centro de Santa Maria, começou entre 2h e 3h da madrugada de domingo, quando a banda Gurizada Fandangueira, uma das atrações da noite, teria usado efeitos pirotécnicos durante a apresentação. O fogo teria iniciado na espuma do isolamento acústico, no teto da casa noturna.
Sem conseguir sair do estabelecimento, mais de 200 jovens morreram e outros 100 ficaram feridos. Sobreviventes dizem que seguranças pediram comanda para liberar a saída, e portas teriam sido bloqueadas por alguns minutos por funcionários.
A tragédia, que teve repercussão internacional, é considera a maior da história do Rio Grande do Sul e o maior número de mortos nos últimos 50 anos no Brasil.
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