Leite com formol, água com bactéria, catchup com pelos de animais e suco com produto de limpeza. A lista de alimentos contaminados é extensa e, a cada novo caso revelado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a população fica com mais receio do que pegar nas prateleiras dos supermercados. Apesar da impotência do consumidor sobre o controle de fabricação dos alimentos que vão parar na mesa, especialistas apontam algumas dicas que podem ajudar na hora de escolher o que consumir.

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Na semana passada, um lote de leite de uma fábrica do Oeste do Estado foi recolhido pela Vigilância Sanitária de Santa Catarina por causa da adição de formol ao produto. A substância serve principalmente para a conservação do líquido. De acordo com a professora do departamento de Ciência e Tecnologia de Alimentos (CCA) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Marilde Bordignon Luiz, o processo de fabricação de alimentos é muito complexo e a população precisa confiar nos órgãos de vigilância. No entanto, ela alerta sobre a importância da educação alimentar:

– Não há como escapar totalmente de produtos que possam estar contaminados. O formol, por exemplo, não pode ser detectado simplesmente pelo gosto do leite. Apenas testes feitos por pessoas preparadas podem indicar contaminação. Mas acredito que uma melhora na educação alimentar das pessoas pode minimizar esses riscos.

A professora ainda revelou algumas dicas que podem ser utilizadas quando os consumidores estão no supermercado.

– Uma orientação básica e reparar a data de validade e se o produto possui o SIF (selo do Serviço de Inspeção Federal) . Além disso, observar se a empresa que fabrica o alimento é idônea, que não possui denúncias recentes de contaminação – explicou a professora da UFSC.

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Nutricionista aconselha alimentos orgânicos e água do filtro

Ainda mais caros nos supermercados, principalmente pela produção em escala reduzida, os alimentos orgânicos são os mais indicados pela professora Márcia Reis Felipe, coordenadora do curso de Nutrição da Universidade do Vale do Itajaí (Univali).

– É possível encontrar bons preços para verduras e frutas orgânicas em feiras menores. Infelizmente, a produção ainda não chegou em uma escala grande para poder suprir toda a população. Mesmo assim, se puder escolher, prefira os orgânicos – afirmou.

Outro conselho da nutricionista é sobre a água que deve ser consumida. As bombas de água, comuns em muitas residências, têm mais risco de contaminação, devido ao processo de limpeza dos recipientes.

– As bombas são retornáveis e o controle desse tipo de lavagem é muito inseguro. E mais, não pode ficar exposto a temperaturas muito altas durante o transporte, o que normalmente ocorre no verão. Apenas de evitar apenas bactérias e não substâncias químicas que possam ter sido adicionadas, o filtro de torneira ainda é a opção mais confiável – disse Márcia.

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