Põe no colo, tira do colo, troca fralda, pega para amamentar, estes são alguns dos movimentos repetidos diversas vezes ao dia por mulheres que acabaram de dar à luz. Porém essa repetição pode prejudicar o braço da mãe e causar dor no punho, a chamada tendinite de Quervain. Segundo o ortopedista Luiz Alberto Nakao Iha, esse tipo de esforço pode causar dores intensas nos punhos, antebraços, cotovelos, mãos e ombros.
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– A tendinite de Quervain é uma dor na base do dedo polegar que se intensifica quando o movimentamos são feitos em direção ao dedo mínimo. Se não for tratada, essa lesão pode levar a incapacidade de movimentos – alerta.
Além da repetição de movimentos, essa lesão é comum em mulheres gestantes e no pós-parto devido às alterações hormonais no organismo. Durante a gestação a mulher produz um hormônio chamado relaxina que tem a finalidade de ajudar no trabalho de parto.
– A relaxina atua diretamente em todas as articulações relaxando os ligamentos e dando maior mobilidade às articulações. Apesar de seus benefícios, na hora do parto, esse hormônio também favorece o surgimento dessa tendinite que pode impedir a mãe de carregar o filho no colo por muito tempo – explica o ortopedista.
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A inflamação costuma iniciar-se no terceiro trimestre de gestação, podendo se agravar no pós-parto. Isso porque os cuidados com o recém-nascido podem aumentar a dor. Assim que a mãe observar que não está tendo força nas mãos para realizar tarefas cotidianas, seguida de dormência, deve procurar atendimento médico para um diagnóstico preciso.
Cuidado com a posição ao amamentar
Durante a amamentação, a mãe deixa a coluna cervical tensa, e isso provoca dores. O posicionamento durante a amamentação também pode causar tendinite ou bursite, devido ao peso do bebê.
– É preciso tomar cuidado com a postura adotada ao carregar o bebê e durante a amamentação, pois os movimentos realizados para cuidar da criança podem sobrecarregar várias partes do corpo como a região lombar e os joelhos, além da mão – ressalta Luiz Alberto.
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Para identificar o problema são realizados testes e exames como radiografia da mão, hemograma e provas reumáticas que auxiliam o diagnóstico.
– O exame físico irá demonstrar a diferença entre essa tendinite e outros problemas como a artrose, processo degenerativo de uma articulação da base do polegar, fraturas e artroses dos ossos do punho – diz.
Normalmente, o tratamento é feito com anti-inflamatórios e analgésicos, sendo que a imobilização do polegar pode ser necessária. O uso de infiltração com corticoesteroide e os anti-inflamatórios não hormonais são reservados para uso após o parto.
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Como prevenir
Seguir uma rotina de exercícios físicos e evitar movimentos repetidos podem aliviar os sintomas e prevenir a tendinite de Quervain. O ortopedista compilou algumas dicas para evitar esse incômodo:
? Na hora de amamentar o bebê, escolha uma posição correta e confortável. O ideal é fazer isso sentada em uma cadeira, mantendo os pés apoiados no chão e apoiando os braços com uma almofada. Deixe os ombros relaxados para não sobrecarregar a cervical.
? Após a amamentação, relaxe! Aproveite para dormir e descansar. É importante que a mãe esteja descansada na hora da amamentação.
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? Alguns exercícios podem ser feitos antes e após a amamentação. Relaxe os ombros e suba-os lentamente associando com a respiração. Depois solte junto com o ar ou tracione a cabeça para baixo mantendo por dez segundos. Este movimento pode ser repetido três vezes ao dia.
? Faça movimentos para ativar o sistema linfático e o próprio retorno venoso. Aposte nos movimentos circulares com os pés, cinco vezes para o lado direito e depois para o esquerdo, além de movimentar os pés para cima e para baixo o mesmo numero de repetições.
? Não deixe de fazer atividade física, desde que liberada pelo obstetra.