Há lugares conhecidos pelo sabor. Assim como a ostra remete a Florianópolis e a cerveja artesanal lembra Blumenau, a cuca tem a sua referência em SC. Fica num município de 4 mil habitantes, no Meio-Oeste. Terra das cucas não é apenas preciosismo de nativo em Arabutã, a 70 quilômetros de Chapecó. A cidade ganhou o título de capital catarinense desse tipo de doce em lei estadual de 2012.

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A tradição da cuca em Arabutã é oriunda da colonização germânica na região. O portal em estilo arquitetônico alemão mostra desde a entrada a influência europeia por essas estâncias. Nos postes, na ponte, nos muros, pinturas em preto, vermelho e amarelo destacam as cores da bandeira alemã. Quem caminha pelas ruas também ouve conversas na língua estrangeira.

Em Arabutã, comer cuca é tão comum que faz dela presença obrigatório em todas as refeições. No café, no almoço e na janta, lá está ela ao lado do carreteiro, do feijão com arroz, do macarrão, da linguiça, trazendo recheios de uva, maça, doce de leite, canela, etc. Entre os sabores, o de ricota é o mais popular na região. A receita parece estranha, mas basta o primeiro pedaço para concordar com a maioria.

– Por aqui, comemos cuca sempre, até no churrasco. Agora mesmo, estou fazendo um pedido da igreja, que encomendou cuca para acompanhar o risoto comunitário – destaca a confeiteira Roseli Schumann.

Esse sabor caseiro ultrapassou os limites do município e conquistou outras paragens. As cucas de Arabutã são as mais procuradas nas padarias e mercados da região e vão até para outros estados.

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– São as melhores. Sempre que compro em Concórdia, olho a etiqueta para ver se é de Arabutã – elogiou Edeltraudt Pierozan, moradora de Seara.