Cuba rejeitou formalmente nesta quinta-feira (15) a decisão do Peru de excluir a Venezuela da próxima Cúpula das Américas, e condenou a “interferência inaceitável” dos países que compõe o chamado Grupo de Lima no calendário eleitoral do governo de Caracas.

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“O Ministério das Relações Exteriores da República de Cuba condena energicamente o pronunciamento de um grupo de países do hemisfério, emitido em 13 de fevereiro, em Lima, que consiste em uma interferência inaceitável nos assuntos internos” da Venezuela. Também “rejeita categoricamente a decisão de reconsiderar a participação do governo venezuelano na VIII Cúpula das Américas que irá acontecer no próximo mês de abril, no Peru”, afirmou em um comunicado.

“Cuba denuncia que este pronunciamento (o do Grupo de Lima) e a exclusão da Venezuela da VIII Cúpula das Américas são contrários aos propósitos e princípios da Carta das Nações Unidas e da Declaração da América Latina e Caribe como Zona de Paz”, adicionou o texto publicado pela imprensa local.

Reforçou que “é incomum e incrível que agora se utilize como pretexto uma suposta ‘ruptura inconstitucional de ordem democrática’, principalmente em um país que realizou em poucos meses eleições municipais, regionais, para uma Assembleia Constituinte, e que acaba de convocar eleições presidenciais, tal como se reivindicava antes, inclusive mediante a interferência externa ou por métodos inconstitucionais e violentos”.

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Na terça-feira, representantes dos países do Grupo de Lima se reuniram na capital peruana e emitiram uma nota na qual “exortam ao governo da Venezuela a reconsiderar a convocatória das eleições presidenciais (em abril) e a apresentar um novo calendário eleitoral”.

Além disso, o Peru pediu ao presidente venezuelano Nicolás Maduro que desista de comparecer à Cúpula das Américas em Lima, em abril, afirmando que sua presença “não será bem-vinda no encontro”.

A chancelaria cubana ratificou a “invariável solidariedade” da ilha com a Venezuela e com o “presidente constitucional Nicolás Maduro”.

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A Venezuela é uma forte aliada política de Cuba, a segunda sócia comercial depois da China, e a principal fornecedora de petróleo, pelo qual paga com o serviço de milhares de médicos.

* AFP