A expectativa para a divulgação de um prazo para o fim das obras do Contorno Viário da Grande Florianópolis nesta sexta-feira foi frustrada. Um novo prazo para o anúncio do cronograma dos trabalhos, que deveriam ter sido concluídos em 2012, deve ser apresentado entre junho e julho deste ano — até o início do segundo semestre deste ano. A informação foi dada pelo secretário executivo do Ministério da Infraestrutura, Marcelo Sampaio, durante um almoço na sede da Associação Catarinense de Engenheiros (ACE), no bairro Coqueiros, em Florianópolis.
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Contorno Viário da Grande Florianópolis: o que atrasa obra alvo de ação na Justiça
Entre as demais autoridades presentes, também estavam no evento Marcelo Alcides dos Santos, Superintendente de Exploração de Infraestrutura Rodoviária da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e o senador Esperidião Amin (PP), que tem acompanhado a situação de perto, também participaram do evento.
Há cerca de duas semanas as obras do contorno estão sem projeção para término. O motivo para o apagão nos prazos foi a troca da empresa que estava executando os trabalhos, além dos problemas enfrentados para a liberação dos serviços no trecho de Palhoça. Sampaio detalhou que, está previsto para a próxima segunda-feira, dia 3 de junho, a alteração da empresa responsável pelos trabalhos.
— (O cronograma) fica para o início do segundo semestre, agora em junho, julho no máximo. A gente quer deixar um cronograma bem detalhado de forma que a sociedade possa acompanhar junto conosco e nos ajudar nesse trabalho de supervisionar e auditar a obra, isso é importante a participação da sociedade como um todo. O ministério quer entregar — garantiu o secretário.
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Segundo Sampaio, nenhuma data foi divulgada nesta sexta-feira pois há uma preocupação para que seja formatado um "cronograma factível e exequível" e que o ministério não quer "passar um cronograma que não será cumprido".
— A gente olha o passado dessa obra, o passado da BR-101, especialmente em SC, e vê uma série de dificuldades com relação ao cumprimento dos cronogramas. O ministério se debruçou em seu grupo de trabalho, onde a gente prevê entregar um cronograma factível que será honrado — reforçou.
A construtora Camargo Corrêa é quem deve assumir as obras. Isso porque, após a rescisão com a Salini Impregillo, em janeiro deste ano, a Seta Engenharia foi contratada em caráter emergencial para fazer os serviços. O contrato dela termina no final deste mês. A Camargo Corrêa já começou a montagem do canteiro de obras na região. A contratação foi feita pela Arteris Litoral Sul, concessionária da BR-101 responsável pela obra.
Ministro estará em SC em junho
Sampaio ainda anunciou a vinda do Ministro da Infraestrutura, Tarcisio Gomes de Freitas, no dia 17 de junho. Segundo o secretário executivo da pasta, o ministro deve visitar, além dos trabalhos no Contorno Viário, também as obras de duplicação na BR-470 e o berço do Porto de Itajaí.
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— A expectativa é inaugurar algumas obras e também ir na BR-101, no Contorno, para trazer ritmo para essa obra. Esperamos que até dia 17 essa obra já esteja com ritmo diferente, uma mudança de postura da concessionaria e da ANTT — projetou Sampaio.
A obra do Contorno Viário
O Contorno Viário será uma rodovia duplicada nos dois sentidos com 50 quilômetros de extensão. O início é no km 175 da BR-101, no limite entre Governador Celso Ramos e Biguaçu, e termina no km 220 da rodovia, próximo ao posto da Polícia Rodoviária Federal (PRF) em Palhoça. Os veículos que não tiverem como destino a Grande Florianópolis podem desviar do trecho urbano.
Apesar da BR-101 ainda ser a rota de cerca de 145 mil motoristas, especialistas consideram que o Contorno Viário desviará grande parte dos caminhões e carretas que passam pela Grande Florianópolis, responsáveis por cerca de 20% do fluxo.
Sem tantos veículos pesados, o trafego de automóveis pode fluir melhor na rodovia federal e, principalmente, no perímetro urbano de Palhoça.
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Conforme a concessionária divulga há alguns anos, duas das três etapas do cronograma estão em obras, o que representa 34,4 dos 50 quilômetros – ou cerca de 68% da obra. Os trabalhos atuais, antes da troca das empresas, incluíam terraplenagem, implantação de geodrenos, desmonte e escavação de rochas, fabricação de vigas pré-moldadas e pavimentação.