Agumas histórias de vida, de tão belas e importantes, precisam sempre ser recontadas para que nunca caiam no esquecimento. A de Dorina de Gouvêa Nowill é uma delas. Dorina nasceu em São Paulo, em 1919. Aos 17 anos perdeu a visão, mas a doença nunca foi bem diagnosticada. Ela cursava o Magistério, queria ser professora. Ficava muito triste porque não encontrava no Brasil livros em Braille, e ela adorava ler. Foi então que, com algumas colegas de colégio decidiu criar a Fundação para o Livro do Cego no Brasil, isso lá em 1946. ?
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Depois disso, nunca mais parou com sua luta pela inclusão do cego na sociedade. Especializou-se nos EUA em educação para os deficientes visuais, fechou parcerias internacionais e poucos anos depois comemorou a criação de uma imprensa completa em Braille no Brasil. Desde então, com materiais sendo impressos especialmente para eles, crianças, jovens e adultos cegos ou de baixa visão são alfabetizados e recebendo educação formal, mas especializada, facilitando a sua inclusão. ?
Hoje, a instituição que leva o nome de sua fundadora – Dorina morreu com mais de 90 anos – é referência na produção de livros e revistas acessíveis nos formatos braille, falado e digital, distribuídos gratuitamente a instituições de todo o país. São mais de 1,4 mil escolas e bibliotecas. Oferece, também, sem custos, programas de serviços especializados à pessoa com deficiência visual e sua família, nas áreas de educação especial, reabilitação, clínica de visão subnormal e empregabilidade. ?
“Vencer na vida é manter-se de pé quando tudo parece estar abalado. É lutar quando tudo parece adverso. É aceitar o irrecuperável. É buscar um caminho novo com energia, confiança e fé” ela dizia. Dorina de Gouvêa Nowill, um nome de uma brasileira que fez história.
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