Eu já tinha ouvido alguns especialistas alertarem que a internet pode viciar e que hoje muitas pessoas precisam de tratamento médico e psicológico – assim como os dependentes de drogas, álcool e jogos – para voltar a ter uma vida normal. Só que eu nunca tinha lido um depoimento de um viciado tecnológico e confesso que fiquei chocada. Depois de ler o desabafo de uma mãe que está em recuperação, achei legal comentar aqui, que é para ficarmos de olhos bem abertos e controlarmos um pouco mais a quantidade de tempo que nossos filhos (e nós também) ficamos “conectados” diariamente.

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O nome da jovem é Lucélia, e ela está internada numa clínica de recuperação no interior de São Paulo há um mês. A psicóloga da instituição conta que quando chegou, Lucélia tremia muito as mãos e não podia ver um celular, que tinha calafrios.

– Com a compreensão sobre o problema e a aceitação do tratamento, é possível verificar sinais claros de melhora – comenta a psicóloga.

Conforme o relato de Lucélia, ela começou a se conectar pelo computador. Depois, pelo smartphone.

– Quando meu marido notou que eu não dava mais atenção nem para ele, nem para meus filhos ou meu trabalho, pediu o divórcio – conta.

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Aí, sim, ela desandou. Passava as noites acordada, nem banho tomava. Preferia ficar em salas de bate-papo, com os amigos virtuais. Emagreceu 30 quilos, porque não comia mais. Tudo isso num período de cinco meses.

Agora, longe de toda essa tecnologia, a jovem já consegue raciocinar melhor, mas sabe que precisará passar vários meses na clínica, para resistir à tentação de voltar ao mundo virtual e encarar a vida novamente. Ela ainda precisa de remédios e vitaminas, além de ajuda psicológica.

– Quero poder ensinar aos meus filhos como usar a internet, sem se tornar dependente. A tecnologia é importante hoje em dia, mas é preciso moderação – adverte a jovem. E isso serve de alerta para todos nós.