“A cada dois anos, a maioria dos brasileiros veste a camisa de defensor da democracia para participar das eleições. Ficamos orgulhosos de votar, de ter liberdade de escolha, de viver em um país cujo processo eleitoral é referência.. só não nos empenhamos em fazer nosso voto ser respeitado. Participação popular não é nosso forte. Simplesmente abandonamos os parlamentares e eles ficam livres para usufruir do poder como bem entenderem, sendo que tudo que fazem envolve nosso dinheiro, nossas cidades, nossas vidas. Estamos em ano eleitoral e sei que muita gente tem asco das conversas sobre política, mas é absurdo o que somos capazes de fazer, ou melhor, não fazer. Como podemos não nos importar?
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Na empresa onde trabalhamos somos cobrados por resultados _ afinal, recebemos para produzir. E por que não encaramos o Executivo e o Legislativo como empresas e passamos a exigir melhor desempenho daqueles que escolhemos para nos representar? Eles são pagos para estar ali e nós _ com nossos compromissos _ sempre temos uma desculpa para não ir a um gabinete, a uma sessão da câmara de vereadores ou da Assembleia Legislativa. De fato, quando se trata de cobrança de promessas somos seres inanimados. E se resolvêssemos abandonar agora a estagnação essa atitude não surtiria efeito, afinal, a maioria dos brasileiros não lembra em quem votou.
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Vocês que são pais, não cobram as tarefas escolares dos filhos? O consumidor exigente não vai à loja e ao Procon até que a reclamação seja resolvida? E por que quando se trata da rua ou do esgoto do bairro, de dias a fio sem água simplesmente nos conformamos com as respostas rasas dos responsáveis? Nessas horas, penso que somos brasileiros com pouco orgulho e pouco amor.
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Mudança de cultura está atrelada à educação _ à de casa e à da escola _ é investimento de longo prazo. Se quisermos um país sem corruptos, precisamos dar o exemplo e agir. Podemos começar refletindo sobre a pergunta que o Ministério Público espalhou pelo Brasil: “O que você tem a ver com a corrupção?”Ensine seu filho a não furar a fila, a devolver o troco a mais, a questionar sempre. Lembre-se: as crianças de hoje são nossos políticos e eleitores de amanhã. Faça a diferença e elas farão também.
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Por conta da profissão, estou um pouco mais próxima das cobranças, mas como cidadã sou mais uma entre milhões e milhões que colocam as prioridades individuais acima das coletivas. Encontrar um cidadão que tenha contato frequente com o candidato eleito, então, é raridade.”
*** Adriana Krauss nasceu em Blumenau, no Vale do Itajaí. Lá começou a carreira de jornalista ainda cursando a faculdade de Letras. Mais tarde, concluiu Jornalismo. Passou por diferentes emissoras até chegar à RBS TV Blumenau, onde atuou como produtora, editora, repórter e apresentadora de todos os telejornais.
Em 2004, foi convidada para trabalhar na RBS TV de Florianópolis. Na capital, atuou em grandes coberturas como a tragédia de 2008, quando cerca de 130 pessoas morreram no Estado por causa da chuva e dos deslizamentos. Na ocasião, atuou exclusivamente com a equipe que atende à Rede Globo em SC fazendo reportagens e participações ao vivo, inclusive na edição do JN em que William Bonner ancorou o jornal em Blumenau.
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O trabalho rendeu uma citação no livro Jornal Nacional – Modo de fazer, de autoria de Bonner. Em julho do ano passado, depois de várias substituições na bancada do Bom Dia SC, assumiu a apresentação do jornal matinal da RBS TV e passou a ser editora-chefe do programa, onde está até hoje.