“A música Nothing Else Matters, do Metallica, um rock dos bons, tocou outro dia no carro quando íamos do Centro para a praia. Aquela introdução que impressiona até os que não são fãs fez o passageiro ao meu lado se perguntar: “Como eu não ouvia rock n’roll?” A expressão dele era de indignação. O rosto dizia: quanta coisa interessante eu vinha perdendo. Realmente, ele estava certo.
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Pode até ser por falta de oportunidade, mas muitas vezes o que nos afasta do novo é o preconceito. De antemão falamos que esse ou aquele estilo musical é ruim, que a comida de tal país causa nojo sem sequer prová-la. Viver também é ter a mente aberta para que a curiosidade possa agir e nos tirar da inércia. Se não nos despimos do preconceito, cometemos o desatino de limitar a expansão do conhecimento e da sabedoria.
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Ouvir música de qualidade, por exemplo, nem sempre foi meu forte. Na adolescência escutava as chamadas boy bands, aquelas cujos intérpretes eram reunidos por uma gravadora por causa da beleza e que faziam playback nos shows. Desaforo para um músico que se preze.
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Mas só entendi isso mais tarde. Era começo dos anos 2000 e eu estava na faculdade de Letras. Na turma havia uma garota que chamava a atenção pelas roupas pretas. Parecia uma menina má, mas era só impressão. Em pouco tempo nos tornamos amigas. Logo na primeira visita fiquei impressionada com as pilhas de CDs na sala e comecei a espiar os álbuns. Led Zeppelin, Black Sabath, Kiss, Iron Maden, do rock clássico ao heavy metal. Eu, garota pop, fiz cara feia para as fotos dos cabeludos e tatuados.
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Estudávamos muito ao som daquelas músicas. O tempo foi passando e eu parei de reclamar da trilha sonora. Relaxei e fiquei curiosa. Comprei revistas, li os encartes e aprendi que se tratava de bandas clássicas, de músicos com talento de sobra, como o guitarrista do Led Zeppelin, Jimmy Page, mestre da guitarra.
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Hoje, não fico sem ouvir uma das centenas de bandas que descobri, e não só rock n’roll. O melhor da MPB, como Tom Jobim e Marisa Monte, os clássicos do jazz, do blues, enfim, trabalhos de qualidade. Aprendi e ainda aprendo muito sobre música e ela influencia demais minha vida. Meu cachorro, inclusive, chama-se Led. Alguém duvida o porquê? ”
*** Adriana Krauss nasceu em Blumenau, no Vale do Itajaí. Lá começou a carreira de jornalista ainda cursando a faculdade de Letras. Mais tarde, concluiu Jornalismo. Passou por diferentes emissoras até chegar à RBS TV Blumenau, onde atuou como produtora, editora, repórter e apresentadora de todos os telejornais.
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Em 2004, foi convidada para trabalhar na RBS TV de Florianópolis. Na capital, atuou em grandes coberturas como a tragédia de 2008, quando cerca de 130 pessoas morreram no Estado por causa da chuva e dos deslizamentos. Na ocasião, atuou exclusivamente com a equipe que atende à Rede Globo em SC fazendo reportagens e participações ao vivo, inclusive na edição do JN em que William Bonner ancorou o jornal em Blumenau.
O trabalho rendeu uma citação no livro Jornal Nacional – Modo de fazer, de autoria de Bonner. Em julho do ano passado, depois de várias substituições na bancada do Bom Dia SC, assumiu a apresentação do jornal matinal da RBS TV e passou a ser editora-chefe do programa, onde está até hoje.