Cada vez que leio uma matéria sobre como a tecnologia vem ajudando os pais a monitorarem a vida dos filhos, fico pensando se toda essa vigilância não está criando também pais e mães cada vez mais paranoicos. Até há pouco mais de uma década as crianças avisavam a mãe que iam brincar na rua ou tinham atividade extra no colégio, combinavam o horário de voltar para casa e pronto. Para qualquer emergência havia o telefone público.
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Desde a chegada dos celulares o grau de preocupação dos pais com o bem-estar dos filhos só piorou – e era para ser o contrário, pois agora crianças e adolescentes têm como entrar em contato sempre que precisarem, telefonando, enviando mensagens, e-mails. Só que não é bem isso o que acontece.
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O que mais ouço por aí é mãe reclamando que o telefone do filho só toca, toca e ninguém atende. Ou dá na caixa postal, desligado ou fora de área. E aí, bate aquela aflição horrível. – Se não aconteceu nada de grave, por que esse guri não atende o maldito telefone? Quem já não disse isso? É uma agonia sem fim. **** Agora estão inventando aplicativos que calculam quanto deve ser dado de mesada ao filho – dependendo do comportamento dele durante o mês – ou que controlam até o rendimento escolar da criança. Isso é bom? Acho que podem gerar mais stress na família.
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Uma boa conversa, com imposição de direitos e deveres, pode dar muito mais resultado na harmonia familiar do que toda essa tecnologia e vigilância.