Salman Rushdie nasceu em Mumbai, na Índia, onde passou parte de sua infância. Aos 13 anos sua família se mudou para a Inglaterra. Seu sonho era ser ator. Não funcionou. Então ele se tornou um importante escritor de nossos tempos.

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Em 1989, por conta do livro “Os Versos Satânicos”, foi condenado pelo governo do Irã. O aiatolá Khomeini, líder religioso iraniano, promulgou uma sentença de morte a Rushdie, alegando que o romance carregava blasfêmias contra Maomé, o profeta do islã.

A vida de Rushdie virou um inferno. Ameaçado e perseguido, andava com seguranças 24 horas por dia, sete dias por semana. Escondia-se em pequenos quartos de diferentes cidades de toda a Europa. Hoje, quase 30 anos depois, vive em Nova York, onde continua a carreira de sucesso, refletindo sobre o futuro do mundo.

“Vivemos uma grande Idade da Migração. Nos últimos cem anos, mais pessoas se mudaram de país em todo o mundo, deixando seus lugares de origem, do que em toda a história da humanidade antes disso. Isso redesenhou nossas culturas, nossos idiomas, nossas cidades e nosso senso do que é um ser humano”, disse o anglo-indiano Rushdie, ele mesmo um migrante, em recente entrevista ao jornal “Folha de S.Paulo”.

Por meio de sua corajosa literatura, Rushdie escreve e luta contra o preconceito, a homofobia, a xenofobia, a misoginia. Rushdie escreve e luta pelo entendimento, pela tolerância, pelo conhecimento, pelo amor entre os homens.

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De forma bem simples, homofobia significa repugnância a homossexuais, lésbicas, bissexuais e transexuais. Já xenofobia é a profunda aversão aos estrangeiros e a culturas, hábitos, raças e religiões diferentes. E a misoginia é o ódio e o desprezo pelas mulheres.

Ler a brilhante obra de Salman Rushdie ensina a respeitar o contraditório. Fortalece a adoração pelos direitos humanos. Reforça o horror por armas, tortura, violência. Faz manter cabeça, coração e mente abertos ao diferente, ao debate de ideias. Ajuda a tirar os olhos do umbigo. Ajuda a estranhar os desafios generosamente oferecidos pelo novo mundo.

Rushdie revigora os eternos sonhos de solidariedade e humanismo.

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Do escritor britânico Ian McEwan sobre o amor: “O amor não é sempre uma virtude, ele pode ser uma ferramenta muito controladora. Nunca estive de acordo com a canção dos Beatles “All You Need Is Love”. Também é preciso inteligência. É preciso amor inteligente.”

 

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