Sempre adorei cinema, desde menina, quando programa de domingo era ir para a matinê com as amigas – e os meninos também, que ficavam na fila de trás, atirando bolinhas de papel, puxando nosso cabelo e falando besteira. Ou então quando já éramos um pouquinho mais velhas, lá pelos 12 anos ou 13 anos, eles sentavam-se ao nosso lado e passavam o filme inteiro ensaiando como fariam para pegar na mão das suas namoradinhas…

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Lá pelas tantas, o rolo de filme rebentava, levando junto o “clima de romance” As luzes eram acesas, e a gritaria começava. Nos divertíamos tentando pegar no flagra as mais “saidinhas”, que ficavam aos beijos no escurinho do cinema. Uma cena assim com certeza rendia assunto para a semana inteira no colégio.

Por que estou contando isso agora? É que na terça-feira à tarde fui com minha mãe ao cinema, no Beiramar Shopping, em Florianópolis, assistir A Menina que Roubava Livros. Já havíamos lido o livro de Markus Suzak e estávamos curiosas para ver a adaptação. Pois bem. Compramos os ingressos, encontramos nossos lugares e, mal nos acomodamos, faltou luz. O gerador só iluminava as laterais da sala. Cinco minutos, 10… Um funcionário avisou que estavam verificando o problema… 20, 30. A falta de luz era geral. Apagão. A sessão foi suspensa. Pegamos nosso dinheiro de volta e saímos. Fazer o quê?

Na meia hora em que ficamos na sala às escuras, relembramos dos cinemas de nossas épocas. A mãe tem 75 anos e também é cinéfila de carteirinha. Ela recordou das matinês nos domingos, das grandes salas de exibições na rua principal da cidade, das sessões duplas com filmes de aventura, das balas com gosto de infância, da algazarra das crianças quando o filme estragava ou quando era preciso trocar o rolo no meio da exibição… Transferimos o cineminha para outro dia. Mas valeu o filme que se passou em nossas lembranças.

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