Os croatas comparecem às urnas neste domingo para eleições legislativas nas quais os conservadores esperam retornar ao poder, em um país que se encontra na linha de frente da crise migratória da União Europeia (UE) e que emerge de seis anos de recessão.
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As pesquisas apontam uma disputa apertada entre a atual aliança governista de centro-esquerda, liderada pelo primeiro-ministro Zoran Milanovic (SDP, social-democrata), e a conservadora “coalizão patriótica”, formada ao redor de Tomislav Karamarko, líder do principal partido opositor (HDZ).
Estas são as primeiras eleições legislativas desde que o país tornou, em 2013, o 28º membro da UE.
A princípio, nenhuma coalizão deve obter a maioria absoluta no Parlamento e a formação do governo será definida nas negociações após a votação com os partidos menores.
A “Coalizão Patriótica” criada em torno do HDZ, que as pesquisas apontaram com uma cômoda vantagem no dia seguinte à vitória de sua candidata Kolinda Grabar Kitarovic na eleição presidencial do início do ano, encontra-se agora empatada com a coalizão “Croácia está Crescendo”, liderada pelo Partido Social Democrata da Croácia (SDP), do primeiro-ministro Zoran Milanovic.
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Para Milanovic, o surgimento da crise migratória em meados de setembro, quando a Croácia viu 300.000 refugiados atravessarem seu território em direção à Europa ocidental, acabou desviando o foco do governo da implementação de reformas indispensáveis para a reativação da economia.
O atual primeiro-ministro demonstrou empatia com os migrantes, mas também firmeza com os países vizinhos, como a Hungria, que teve sua decisão de fechar a fronteira condenada. Outra crítica foi direcionada à Sérvia, por seu modo de administrar a crise, enquanto anunciava que sua prioridade era proteger os investimentos nacionais da Croácia.
As dificuldades econômicas da Croácia perduram. O desemprego alcançou em setembro 16,2% da população ativa e 43,1% entre os jovens, enquanto que a dívida pública alcançou quase 90% do PIB, o que faz da economia croata uma das mais pobres da União Europeia.
Embora o PIB tenha melhorado nos três primeiros trimestres de 2015, os analistas indicam que os dois principais candidatos nas eleições legislativas não ofereceram soluções concretas para reativar de maneira eficaz a economia, nem para resolver o problema de uma administração ineficaz.
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ljv-cn/fp