O Conselho Regional de Medicina (CRM) de Santa Catarina se pronunciou sobre as denúncias de abusos sexuais feitas por pacientes contra o ginecologista Edison Natal Fedrizzi, que atende em Florianópolis. Os abusos teriam sido cometidos, segundo elas, durante exames. Uma nova vítima registrou boletim de ocorrência contra ele.

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Nesta sexta-feira (15), o CRM determinou a abertura de uma sindicância para apurar a conduta do suspeito. Detalhes da manifestação do CRM foram tema de reportagem do "Jornal do Almoço" deste sábado e do Portal G1.

Em nota pública, o médico negou as acusações e que diz que "meus argumentos e provas devem – e serão – apresentados no Fórum, perante o digníssimo representante do Ministério Público e ao excelentíssimo Magistrado". O processo corre em segredo de Justiça.

—Esta investigação da Polícia Civil não nos foi informada, que estava em curso. A gente não tinha nenhuma informação a respeito disso. Pode tomar providências a partir de agora, uma vez que a reportagem identificou, anunciou o nome do médico envolvido com suspeita de assédio sexual. A partir desse momento, o Conselho Regional de Medicina, tendo o fato, um elemento, pode abrir um processo—, afirmou o vice-corregedor do Conselho Regional de Medicina, Fábio Firmino.

A sindicância é o primeiro passo da avaliação que o CRM vai fazer sobre o caso.

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—A gente abre uma sindicância para apurar os fatos envolvendo aquela denúncia. Se pede manifestação do médico que esta sendo denunciado e, eventualmente, dentro do teor do elementos que a gente tem na fase de sindicância, a gente pode concluir pelo um processo ético-profissional, contra o médico denunciado ou concluir pelo arquivamento da sindicância, se não houver elementos suficientes pra indicar, para caracterizar ou suspeitar de que haja um ilícito ético—, diz Firmino.

O representante do CRM não confirmou se alguma paciente procurou o órgão para denunciar Edison Fedrizzi.

—Se houve a procurar de alguma vítima para fazer a denúncia e partir disso se abre uma sindicância, isso, de novo, corre em sigilo processual. Então não posso te dizer se houve ou não uma vítima procurando o Conselho.

Em janeiro deste ano começaram no Fórum da capital as audiências de instrução da ação que o Ministério Público de Santa Catarina moveu e a Justiça aceitou. Edison Fedrizzi responde por violação sexual mediante fraude. Um crime diferente do estupro, que é quando há violência.

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Três mulheres constam na ação com vítimas e outras duas como testemunhas. O caso veio a tona em 2017, quando a Polícia Civil esteve no consultório do médico com um mandado de busca e apreensão. O processo corre em segredo de justiça.

Por nota, o Conselho Regional de Medicina em Santa Catarina (CRM) informou que a atual gestão, que assumiu em outubro de 2018, não foi até agora notificada sobre os fatos e que não há nenhuma outra denúncia contra ele. Mas que a partir de agora, poderá abrir uma investigação.

A Sociedade de Ginecologia e Obstetrícia de Santa Catarina explica que todo médico precisa deixar claro para paciente os procedimentos de qualquer exame.