“Meu pai pode ter virado uma árvore”. “Espero que você morra, então eu vou para o seu túmulo comer bolo de aniversário sozinha”. São falas como essas que Indomável Sonhadora usa para nos lembrar que crianças têm outras prioridades no mundo. Elas acreditam no impossível e podem não perceber a diferença entre o fantástico e o real. Entre os concorrentes à Melhor Filme no Oscar 2013, era o único filme que não havia chegado aos cinemas. A estreia nacional ocorre nesta sexta-feira, dia 22.

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A protagonista da história, Hushpuppy (Quvenzhané Wallis) conversa a todo momento com a mãe, que há anos foi embora, como se ela realmente fosse voltar. Está sempre tentando ouvir o coração de todos os animais à sua volta, mas o que ela realmente faz é deixar em pedaços o coração de quem assiste ao filme.

Não é à toa que Quvenzhané Wallis é a atriz mais jovem indicada ao prêmio de toda a história do Oscar. A interpretação dela é tocante e intensa, dá o tom de todo o filme.

Dwight Henry, que interpreta Wink, poderia ser um dos indicados a Melhor Ator Coadjuvante. A atuação dele como pai de Hushpuppy é impressionante, comovente e revoltante ao mesmo tempo.

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Indomável Sonhadora nos lembra do nosso lado animal e selvagem. Faz parte de uma nova safra que mostra a pobreza extrema nos Estados Unidos, ainda mais por utilizar imagens reais da devastação causada pelo furacão Katrina, em 2005.

Os toques de fantasia no filme lembram recursos usados em O Labirinto do Fauno, vencedor de 3 Oscars em 2007.

A câmera instável que segue a protagonista (um pouco no estilo Bruxa de Blair, mas bem mais delicado) rendeu ao filme o prêmio Camera d’Or no Festival de Cannes. Foi também vencedor do Grande Prêmio do Júri em Sundance. É um filme comovente, extremamente original e que assinala o diretor Benh Zeitlin como alguém a quem devemos prestar atenção no futuro.

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