A destituição do presidente do Paraguai, Fernando Lugo, foi classificada pela presidente da Argentina, Cristina Kirchner, no site oficial do governo, como “um golpe de Estado”.

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– Sem a menor dúvida houve um golpe de Estado – disse Kirchner, que qualificou a situação de “inaceitável”. – É um ataque definitivo às instituições que reedita situações que acreditávamos absolutamente superadas na América do Sul e na região, em geral – complementou.

Kirchner reiterou que a Argentina “não vai convalidar” o que ocorreu no Paraguai. E lembrou da Cúpula do Mercosul, na próxima semana, em Mendoza.

– Vamos realizar uma ação em conjunto com Brasil e Uruguai, os demais integrantes do Mercosul. Teríamos que fazer a passagem da presidência do bloco à República do Paraguai. Não quero adiantar posições sem consenso ou consultas com os demais integrantes do Mercosul, isto é com Dilma (Rousseff) e com Pepe (presidente do Uruguai, José Mujica) – concluiu.

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Entenda o caso

Ex-bispo católico, Fernando Lugo foi eleito presidente do Paraguai em 2008. O motivo para o pedido de impeachment – proposto ao meio-dia de quinta-feira e aprovado no final da tarde desta sexta – é o “mau desempenho de suas funções”.

A maior razão que levou a oposição a desencadear o processo foi a execução de seis policiais e 11 sem-terra em um confronto que ocorreu na sexta-feira da semana passada, em Curuguaty, a 250km da capital Assunção.

A Câmara dos Deputados aprovou o pedido de julgamento político para destituir Lugo – por 76 votos a um. Na sequência, o Senado confirmou a decisão final para o impeachment para as 17h30min desta sexta. A condenação dependia da aprovação de 30 dos 45 senadores (dois terços).