O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva exaltou o papel da presidente argentina, Cristina Kirchner, em evento em Buenos Aires nesta quarta-feira. Lula falou por cerca de cinco minutos, após receber homenagens.

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– Meu orgulho é saber que, em dezembro, você deixa a presidência da república e estou vendo na fisionomia da Cristina o rosto de uma mulher realizada e uma mulher vencedora.

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E continuou:

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– Uma pena que (Néstor) Kirchner não esteja aqui pra ver o tipo de mulher que ele ajudou a eleger, que foi perseguida e deixa a presidência como uma heroína, vencedora de todas as perseguições feitas aqui.

– Espero, Cristina, que o projeto que você ajudou a construir em 2003, com Kirchner e com a tua eleição, possa ser concluído elegendo outra vez o projeto que mudou a Argentina – disse, referindo-se ao governador da província de Buenos Aires e candidato governista à sucessão da presidente argentina, Daniel Scioli, que também acompanhou o evento.

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O ex-presidente disse que Argentina e Brasil são hoje países “inseparáveis”, brincando que são apenas divididos pelo futebol.

– A única coisa que nos divide hoje é se Maradona foi melhor que o Pelé e se Messi é melhor que Neymar.

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Lula também falou de soberania regional, citando o presidente morto da Venezuela Hugo Chávez, além dos colegas da Bolívia e do Equador.

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– Foi junto com Kirchner, com Cristina, com Chávez, Evo Morales, Daniel Correa, que nós enterramos a Alca aqui em Mar del Plata e fortalecemos o Mercosul, ao criar a Unasul – disse em referência à proposta fracassada da área de Livre Comércio das Américas (Alca), que uniria a América Latina aos Estados Unidos em um bloco comercial.

Cristina Kirchner falou na sequência e exaltou os governos latino-americanos que, como o dela, incluem as camadas mais pobres da população. A presidente argentina também falou sobre a integração regional.

– Dissemos ‘não’ à Alca, ‘não’ à subordinação a qualquer outro país, para construir uma América do Sul com crescimento e desenvolvimento social.

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Cristina falou em tom emocionado sobre a situação dos refugiados que morrem tentando chegar à Europa. Disse ter orgulho dos países latino-americanos, que são “solidários”, diferentemente dos países europeus.

– Esses são o grupo de países do qual temos que ser parte, o grupo que representa o futuro. O outro (de países desenvolvidos) é somente o da degradação da condição humana – afirmou.

Ela criticou ainda o jornal financeiro britânico Financial Times por “culpar” os países em desenvolvimento pelo fraco crescimento do comércio internacional. Disse que os países em desenvolvimento se esforçam para “trabalhar e para produzir” para o resto do mundo e lembrou 2008, quando, segundo ela, o mundo desenvolvido gerou a grande crise financeira global por “especular” sem controle.

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O evento realizado hoje na capital argentina foi a inauguração de uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), inspirada no modelo brasileiro. A unidade inaugurada em Buenos Aires leva o nome do ex-presidente Lula.

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*Estadão Conteúdo