Cristiano Zanin, que defendeu Lula (PT) como advogado do presidente nos processos ligados à Operação Lava Jato, tomou posse como ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) na tarde desta quinta-feira (3).
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Ele passou a ocupar a cadeira que foi de Ricardo Lewandowski, que se aposentou em abril deste ano, após 17 anos na Corte e às vésperas de completar 75 anos, idade limite para deixar o cargo.
A rápida cerimônia de posse foi comandada pela presidente do STF, Rosa Weber. Ela afirmou que o evento não comportaria discursos, mas, ainda assim, fez uma breve fala de boas-vindas ao colega.
— Estou convicta de que Vossa Excelência, com a sua cultura jurídica, seu preparo técnico, sua experiência e extrema lhaneza, enriquecerá sobremodo esse colegiado — disse a presidente da Corte.
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A sessão teve a presença de aproximadamente 350 pessoas, incluindo Lula e seu vice, Geraldo Alckmin (PSB), os presidentes do Senado e da Câmara dos Deputados, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) e Arthur Lira (PP-AL), respectivamente, os demais ministros do STF e outras autoridades do Judiciário.
Em atendimento ao protocolo do STF, o ministro mais antigo, Gilmar Mendes, e o mais novo, André Mendonça, foram os responsáveis por guiar o novo colega ao Plenário, onde ele fez um juramento em que se comprometeu a cumprir a Constituição e assinou o termo de posse.
Ao fim da cerimônia, Zanin pôde receber os cumprimentos das autoridades presentes.
Quem é Cristiano Zanin
Cristiano Zanin Martins é advogado formado pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Ele é natural de Piracicaba, no interior de São Paulo, e tem 47 anos. É casado com a também advogada Valeska Teixeira Zanin Martins e pai de três filhos.
Indicado por Lula, Zanin passou por sabatina e teve seu nome aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça do Senado, em junho deste ano. A nomeação dele para o STF foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) em 5 de julho.
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Zanin ganhou notoriedade ao defender o presidente Lula nos processos da Lava-Jato, incluindo o caso relacionado ao tríplex do Guarujá, pelo qual o petista ficou preso por mais de 500 dias na sede da Polícia Federal em Curitiba (PR). Os processos foram anulados pelo STF sob a alegação de suspeição do juiz responsável, o atual senador Sérgio Moro (União). Além desse caso, o advogado atuou também em casos de grandes grupos empresariais, como o da falência da Transbrasil e da recuperação judicial da Varig e das Lojas Americanas.
Se ficar até a idade limite em que precisaria se aposentar, Zanin poderá atuar como ministro no STF por mais 28 anos, até 2051. A Corte tem aposentadoria compulsória aos 75 anos.
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