A criação de um partido começa, obrigatoriamente, com 101 pessoas. É o número mínimo de fundadores para iniciar um processo no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Ao final, é preciso apresentar cerca de 500 mil assinaturas, em ao menos nove Estados, que serão periciadas. O último passo é o julgamento do registro pela Corte.

Continua depois da publicidade

O Partido Nacional Corinthiano (PNC) está nesta fase. Segundo seu secretário de Assuntos Jurídicos, Marcelo Mourão, a iniciativa para a criação da legenda partiu de movimentos sociais ligados ao Corinthians – o clube não participa da iniciativa.

Como exemplo, cita a Democracia Corinthiana, movimento criado por jogadores como Sócrates e Casagrande na década de 1980, que previa decisões compartilhadas no grupo, que extrapolou o futebol, chegando à política, com a defesa das Diretas Já.

— Não somos de direita ou esquerda. Somos para frente. Nosso foco é educação, esporte e participação social mais intensa na política — diz Mourão.

A refundação da União Democrática Nacional (UDN), partido que fez oposição aos governos Getúlio Vargas e Juscelino Kubitschek, também tem adeptos. Em defesa da ficha limpa para a filiação, o presidente Marcos Alves da Silva ressalta o “DNA de direita” da sigla. Há apoiadores em 10 Estados e a coleta de assinaturas está em fase adiantada, afirma:

Continua depois da publicidade

— Não será um partido de aluguel. Não temos banqueiros, empresários, bicheiros ou caciques políticos. Estamos nascendo com nossa militância.

Questionado se há negociações para eventual adesão do presidente Jair Bolsonaro, hoje no PSL, à legenda, Silva diz que ele seria “muito bem-vindo”, mas qualquer conversa nesse sentido ocorrerá após homologação do registro.

Na fila, há oito grupos ligados ao cristianismo. O último a iniciar o processo foi o Partido Cristão (PC). O presidente da organização, Ronaldo Morenno, relata que o partido defende “bandeiras nitidamente conservadoras”, como contrariedade ao aborto e à ideologia de gênero. Mas é contrário à flexibilização da posse e do porte das armas. Ele aponta diferenças entre a sua legenda e outras com fundo religioso:

— Alguns partidos nasceram para defender um nicho ou uma igreja. Estamos abertos a qualquer pessoa que aceite nosso estatuto e hierarquia.

Continua depois da publicidade

Embora se defina como cristão, o Partido das Sete Causas (PSete) também se coloca como social, democrático, ecológico, nacionalista, humanista e progressista. É mais um grupo que evita a ligação com esquerda, direita ou centro, definição que só serviria para “dividir o país”, de acordo com o presidente Rogério da Silva Lopes:

— Queremos implementar a escola de política em todo o país, para que as pessoas saibam como funciona o processo, aprendam a valorizar o recurso público.

Na lista de 75 partidos em formação, além dos oito cristãos, há sete que têm o trabalho como foco. Outros cinco revisionistas buscam, além de recriar a UDN (duas organizações pleiteiam a sigla), refundar a Arena (partido de sustentação política na ditadura militar) e o Prona (também com dois grupos disputando a sigla).

Há blocos que se apresentam com nomes genéricos, como Iguais, Igualdade e Renovar, e outros que apostam em temas, como o do Esporte, Militar Brasileiro e o da Família Brasileira.

Continua depois da publicidade

O maior grupo é o dos conceituais, como os Partidos da Democracia Liberal, Federalista e da Transformação Social.

(Foto: Reprodução)

Acompanhe as últimas notícias do NSC Total