A expectativa das lojas e costureiras especializadas na confecção de trajes típicos na cidade aponta que a crise econômica enfrentada no país não vai afetar a procura e a compra de roupas para a Oktoberfest, que neste ano acontece de 7 a 25 de outubro.

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Há costureiras que optaram por absorver a alta no preço dos materiais e oferecer o mesmo valor do último ano para os consumidores. Em outras lojas, os trajes sofreram acréscimo de 20% a 30%, mas isso não é suficiente para desestimular as vendas. As projeções são tão boas que algumas costureiras investiram em seus ateliês para atender a demanda e algumas lojas aguardam crescimento de 50% nas vendas.

Lojas que decidiram aumentar os preços apostam em facilidades no pagamento no cartão de crédito para manter as vendas aquecidas. Em comércios no Centro há peças vendidas separadamente que podem ser encontradas por cerca de R$ 50, como a blusa ciganinha. Na loja Sulamericanas Modas, o lederhose masculino – espécie de bermuda com suspensórios, típico traje germânico – pode ser encontrado a partir de R$ 85.

Para os gostos mais refinados, a especializada Prenda Mari, localizada no bairro Vila Nova, também oferece roupas importadas: o traje completo feminino custa a partir de

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R$ 800 e o masculino, por cerca de R$ 700. A gerente da loja, Monique Luchtenberg, sentiu o aumento dos preços, principalmente nos trajes vindos da Alemanha. Os valores aumentaram de R$ 100 a R$ 200, em comparação com os preços dos último ano. Como a loja trabalha com revenda, também precisou reajustar de R$ 20 a R$ 30 os trajes feitos no Brasil.

A costureira Odete Cugik preferiu absorver o aumento do preço do material – como tecidos, linhas e aviamentos – e não perder clientes. Há 22 anos no ramo, a empresária pretende ganhar na quantidade e atender a demanda dos oktoberfesteiros, que procuram camisas de manga curta e trajes mais leves e coloridos para a noite inteira de folia. O local em que a loja Odete Trajes Típicos e Sociais atende é privilegiado, ao lado do Parque Vila Germânica, o que possibilita fácil acesso aos visitantes que procuram o traje.

– A partir do dia 15 de setembro explodem as vendas. É a safra para manter as portas abertas o ano todo – garante.

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As máquinas não param

Nos meses de setembro e outubro as máquinas de costura de Hiltraude Sebold dos Santos, conhecida como Traude, trabalham como nunca. No total, oito pessoas movimentam o ateliê na Rua Benjamin Constant, na Vila Nova. Em meio a tecidos coloridos, aviamentos e esboços feitos a lápis nascem os trajes típicos que dão vida anualmente à Oktoberfest.

Para a costureira, esta é a época de ganhar dinheiro e projetar o ano seguinte: com o lucro das roupas vendidas, a família consegue trocar de carro, investir no negócio e colocar algumas contas em dia.

Traude trabalha para um mercado diferenciado que, segundo ela, não deve se importar com o aumento nas peças de roupa. A costureira acredita que os amantes da Oktoberfest não deixarão de investir em roupas de qualidade. Ela projetou-se para este período com base na demanda do ano passado e, dessa vez, fez um financiamento em uma cooperativa de crédito para atender a demanda crescente.

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– Ano passado houve falta de calças pois não tínhamos uma equipe de costura suficiente.

Mercado não deve ser afetado

Para a diretora de Eventos e Operações do Parque Vila Germânica, Ivone Lemke, o traje típico faz parte da cultura do blumenauense, que tem orgulho de mostrar suas origens aos visitantes. Ela acredita que a economia desacelerada não deve refletir na venda das vestimentas.

– As pessoas sentem-se bem vestindo essas roupas e têm investido na qualidade dos trajes. Quanto mais linda a roupa, mais as pessoas são abordadas e convidadas a tirar fotos – avalia.

O secretário de Turismo e presidente do Parque Vila Germânica, Ricardo Stodieck, está otimista em relação à movimentação econômica que a festa proporcionará. Ele acredita que a desvalorização da moeda brasileira será uma aliada na hora dos turistas escolherem a Oktoberfest como destino:

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– Os turistas desistiram de viajar para o Exterior e devem passear pelo Brasil. Tudo indica que setores como alimentação, bebidas e de trajes não serão afetados.