Não vai ser um ano fácil para o futebol amador da Capital. Devido à crise na prefeitura, o convênio com a Liga Florianopolitana de Futebol (Liff) foi reduzido dos R$ 248 mil anuais para R$ 100 mil, o que forçou a entidade a enxugar os campeonatos de 2017. A terceira e segunda divisões foram unificadas, e a primeira terá apenas um turno e com menos times.

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Esse convênio existia há 12 anos. O valor servia para pagar taxa de arbitragem, segurança, honorários contábeis, material esportivo e demais despesas. E aí para não passar totalmente para o bolso dos clubes a conta principalmente da arbitragem (cerca de R$ 400 por partida), a Liff optou por reduzir o número de jogos. A contrapartida será o aumento da mensalidade dos clubes – de abril a dezembro – dos atuais R$ 100 para R$ 200. Aumento que fez seis clubes desistirem das competições.

“Não haverá privilégios”

Conforme o secretário de Cultura e Esportes de Florianópolis, o coronel Márcio Alves, não era mais possível continuar com os antigos convênios da pasta. O teto para novos contratos será de R$ 100 mil. A prefeitura abrirá um novo edital para entidades esportivas, que terão de apresentar projetos que atendam a cidade com incentivo a comunidades carentes e atividades para crianças e adolescentes no contra turno escolar.

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— A prefeitura irá avaliar os projetos mais produtivos para a cidade. Não haverá privilégios. Nós temos poucos recursos e um passivo gigantesco, nem a metade do que foi contratado no ano passado foi pago — revela o coronel Márcio.

“Vamos ter que nos adaptar”

O presidente da Liff garante que haverá recurso para primeira e segunda divisões, infantil e juvenil. Segundo Manoel de Paula Machado, o Dequinha, esse ano cada time fará no mínimo cinco partidas, ao contrário dos anos anteriores, quando esse número era 11.

_ Os clubes têm que entender que estamos em outra realidade vamos ter que nos adaptar. Hoje não existe mais nem a nomenclatura amador: o correto é não profissional. Então é dessa maneira que a gente tem que agir.

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A nova segundona terá duração de três meses e começa no dia 20 de maio, com 12 clubes em dois grupos de seis e turno único. Se classificam para a as quartas de final quatro de cada grupo. Sobem o campeão e o vice. Como não haverá mais terceira, ninguém desce. Eventualmente, se novos clubes desejarem ingressar no amador, será criado um terceiro grupo. Confira como ficou a divisão:

Grupo A

ABRCS Vila

Amocam

ASCE Entre Amigos

Bandeirante RFC

Barrense FC

Garcia Esporte e Lazer

Grupo B

ACES Floripa FC

AECA Vila Nova

Arsenal FC

ARCEC Flamengo

Jurerê FC

Pântano do Sul EC

Exame médico polêmico

Esse é o segundo revés em um pouco tempo no futebol amador da Grande Florianópolis. Na semana passada, foi anunciado que a Copa Interligas 2017, que reunia os campeões e vice dos citadinos, estava cancelada. O motivo foi uma nova cobrança da CBF no cadastro de atletas: a exigência de exame médico: uma despesa a mais para os clubes, que preferiram abrir mão do torneio.

Essa exigência vale também para os municipais. Por isso, a Liga de Florianópolis firmou convênio com uma clínica que atenderá os atletas com exame médico e eletrocardiograma. Os valores foram fixados em R$ 50 cada. Com mais R$ 5 da taxa de transferência da CBF, ficará R$ 105 o custo para transferência ou registro de cada jogador, valor que deverá ser pago pelo clube ou pelo atleta. Quem tiver plano de saúde não vai precisar botar a mão no bolso.

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“Ficou pesado para os clubes de bairro”

Com todas essas mudanças, a balança pesa mais no cofre dos clubes. O Pântano do Sul, que caiu nas semifinais da segundona do ano passado, por exemplo, vai usar mais atletas da base. Nivaldo Costa, presidente do Pântano, também diz que o time vai precisar fazer rifas e achar novas fontes de receita.

— Ficou muito pesado para os times de bairro. A gente não tem convênio direto com a prefeitura, e para conseguir esse convênio, é uma documentação é muito difícil, coisa que a gente nunca conseguiu.