Em um dos dias mais nervosos do mês, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) caiu 3,43% ontem. O principal motivo: contágio motivado pelo rebaixamento de notas de risco de crédito da Grécia e de Portugal.

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Para elevar a temperatura, o anúncio feito pela agência de classificação de risco Standard and Poor?s aconteceu na véspera da reunião do Banco Central (BC), que pode decidir por uma elevação da taxa básica de juro hoje – entre 0,50 e 0,75 ponto percentual. Foi o pior tombo da Bovespa desde 4 de fevereiro. A turbulência no mercado levou o dólar a fechar em alta de 1,15%, a R$ 1,7650.

A decisão da Grécia de recorrer à ajuda da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional (FMI) ainda não foi suficiente para acalmar os investidores. Há receio de que o país não consiga refinanciar a dívida de 8,5 bilhões de euros (US$ 11,2 bilhões) que vence em 19 de maio. No ano, são 50 bilhões de euros (US$ 66 bilhões).

O governo grego pediu urgência do pacote de ajuda internacional de 45 bilhões de euros (US$ 79,2 bilhões). Mas o ministro da Economia e Tecnologia da Alemanha, Reiner Brüderle, disse que seu país não considera que a solução para os problemas econômicos da Grécia consista em dar recursos dos contribuintes alemães. Pode sobrar para o FMI a tarefa hercúlea de salvar a Grécia de um eventual calote, algo que os europeus não queriam.

A Standard and Poor?s retirou o status de grau de investimento do país (atestado de bom pagador) e rebaixou a avaliação dos títulos da dívida com vencimento no longo prazo para BB+ – no jargão, “junk”, lixo – e ainda com perspectiva de piora. A agência de classificação de risco também reduziu a nota de títulos portugueses, mas o grau de investimento está mantido.

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Porém a contaminação de outras nações da zona do euro já é realidade (confira na tabela ao lado a queda das bolsas em Portugal, Irlanda, Itália e Espanha).