Se por um lado, viajar para a Europa e Estados Unidos, se tornou inviável para muitos brasileiros por conta do câmbio alto, a Argentina tem atraído cada vez mais turistas, com a desvalorização do peso frente ao real. Dados da agência de viagens CVC revelam que o número de passageiros de Santa Catarina embarcados para o país vizinho cresceu três vezes mais no primeiro semestre de 2023 contra o mesmo período do ano passado.

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Entre os países turísticos da América do Sul, 58% das vendas da CVC foram para a Argentina neste ano. Buenos Aires é o destino mais procurado. As vendas de pacotes para a capital argentina cresceram 56% em 2023 em relação ao ano passado.

Foi justamente o preço dos pacotes para a Argentina, mais barato em relação a outros países, que atraiu o catarinense de Blumenau Julimar Pivatto. Ele e a esposa, ambos jornalistas, acabaram de voltar de uma viagem para Buenos Aires.

— Nós pesquisamos vários destinos, como Chile e Uruguai. E aí colocando na ponta do lápis, a Argentina realmente era o pacote mais em conta, tanto em questão de preço de passagem e hospedagem, tanto os passeios que a gente ia fazer lá — conta Julimar.

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julimar e esposa em buenos aires
Julimar e a esposa viajaram para Buenos Aires neste mês (Foto: Arquivo Pessoal)

Somando os valores de passagem, alimentação e hospedagem. O casal gastou, em média, R$ 7 mil. O objetivo não foi fazer compras, até porque, segundo Julimar, os preços não compensam tanto nesse quesito. O objetivo foi aproveitar os passeios, comer e beber bem.

— A alimentação é bem em conta. Não apenas para nós que convertemos real em peso, mas até para eles. Eu conversei com alguns argentinos e brasileiros que moram lá, e eles dizem que às vezes é melhor comer fora do que em casa, porque não é tão caro e os pratos são bem servidos. Mas o mercado lá também é mais barato do aqui — relata.

Além de Buenos Aires, os dados da CVC também mostram que a temporada de Bariloche teve o maior destaque em 2023, superando 25% o faturamento em relação a anos anteriores. O terceiro destino mais importante em vendas é Mendonza, com crescimento de 82% nas vendas de pacotes em relação a 2022.

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Os diferentes câmbios da Argentina

Os argentinos usam o dólar como referência de preços e como uma moeda de poupança por conta da alta inflação no país. No entanto, a crescente demanda por dólares, em um lugar que não os produz, gerou uma crise. Para preservar as reservas do Banco Central, os vários governos que estiveram no poder nas últimas duas décadas criaram restrições à compra de moedas estrangeiras, conhecidas localmente como “cepos”.

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Esses controles de capital geraram a coexistência de uma série de preços diferentes para a moeda americana na Argentina. Atualmente há seis “tipos de dólar” no país:

  • Dólar oficial
  • Dólar blue: informal, considerado ilegal
  • Dólar cartão: usado para serviços como assinaturas da Netflix e da Amazon
  • Dólar turista ou “Catar”: para argentinos que viajam ao exterior
  • Dólar contado com liquidação (CCL): para empresas e investidores que negociam na bolsa americana
  • Dólar MEP: usado para cartões de débito, crédito e pré-pagos internacionais

Turistas brasileiros podem fazer pagamentos mais baratos na Argentina utilizando os cartões de débito, crédito ou pré-pagos internacionais de bancos ou contas digitais, ao invés de dinheiro físico ou uso do câmbio paralelo, como o dólar blue, considerado ilegal. Nesse caso, a cotação que vale é do dólar MEP. Foi essa estratégia que o turista Julimar Pivatto usou durante a viagem.

— A gente usou duas formas tradicionais: dinheiro e cartão de débito e crédito internacional. Ele converte as compras do momento com o câmbio oficial, e aí depois de alguns dias, ele estorna o valor convertido no câmbio, que chega a ser três vezes menos que o câmbio oficial — conta Julimar.

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Os diferentes tipos de dólar na Argentina, tornam mais difícil saber qual o real valor que se está pagando pelos produtos e serviços no país. Por isso, para que a viagem seja realmente “barata”, a dica das agências e turistas que foram para o país vizinho é, acima de tudo, se informar sobre as cotações.

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