Crise na administração municipal é reflexo da disputa entre PSD e PSDB em Blumenau

A quatro meses de entregar o cargo ao sucessor, o prefeito de Blumenau, João Paulo Kleinübing (PSD), passa por uma grande tempestade, que pode ser considerada a maior crise política em oito anos de gestão. Sem conseguir autorização da Câmara de Vereadores para viajar aos Estados Unidos em missão oficial, teve que dar explicações à embaixada americana expondo a turbulência no governo.

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O problema, porém, vai além do constrangimento diplomático. Kleinübing tem, dentro do governo, adversários diretos na eleição de outubro, os tucanos. Os conflitos de interesse que envolvem as candidaturas de Napoleão Bernardes (PSDB) e Jean Kuhlmann (PSD) estão por trás da tensão.

Sexta-feira pela manhã, Kleinübing foi comunicado da saída de Norberto Mette do PSDB. Aliado do governo desde o primeiro mandato e um dos fundadores do partido, o presidente do Parque Vila Germânica anunciou o pedido de desfiliação temporária até 31 de dezembro. Ele discorda da posição dos tucanos, que não apoiaram a viagem do prefeito, na sessão do Legislativo de quinta-feira:

– Não posso concordar que o partido fique à mercê da pressão de algumas pessoas, de picuinhas pessoais. O partido tomou uma posição equivocada.

Sexta-feira, Kleinübing preferiu não comentar o futuro do PSDB no governo. Apenas agradeceu a atitude de Norberto. A saída dos tucanos dos quatro cargos de primeiro escalão e de outros 30 comissionados é cogitada desde o mês de junho, quando o PSDB, que compõe a atual base do governo, decidiu lançar Napoleão à prefeitura contra Kuhlmann, candidato de Kleinübing.

Dos outros três secretários do PSDB, Osmar Matiola (Educação) adiantou que cogita seguir o exemplo de Norberto. Valdair Matias (Desenvolvimento Econômico) não quis comentar o assunto. José Eduardo Bahls de Almeida (Turismo) disse que só tomará uma decisão após reunião com Kleinübing, na segunda-feira.

Presidente em exercício dos tucanos, Raimundo Mette, ameniza a crise e nega que o partido tenha agido para prejudicar o governo:

– Não vejo onde o PSDB teve culpa. Não votamos porque estávamos estudando a matéria. A única decisão que o PSDB tomou foi não aderir à autoconvocação, porque entendemos que o assunto já tinha sido resolvido.

Sobre a desfiliação do irmão, Norberto Mette, Raimundo disse que vai convocar em breve uma reunião da Executiva do partido para analisar o pedido.