A crise financeira mundial pode atingir indiretamente o bolso dos brasileiros, mas não causará impactos radicais na economia brasileira. A desaceleração no mercado vai ocorrer por fatores internos, que podem ser intensificados pela crise. Entretanto, a política monetária de elevação de juros pode ser suavizada para contrapor.
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A declaração foi dada pelo economista e professor do Centro Sócio-Econômico da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) Roberto Meurer, durante o chat no diario.com.br nesta terça-feira.
– O problema desde o início da crise é que não se sabe qual é o real tamanho do problema, tamanha o embaralhamento de derivativos financeiros por trás de empréstimos ruins. Só saberemos quando tiver acabado, todo mundo que tiver de quebrar ou ser vendido já o tiver sido, quando os governos já tiverem socorrido a queiram salvar. É um problema de assimetria de informação, os gestores das empresas financeiras sabem mais sobre o que fizeram do que o resto do mercado, inclusive as autoridades governamentais encarregadas de vigiá-las.
Segundo o Meurer, na economia catarinense os setores mais vulneráveis a uma recessão no mercado global de crédito são as empresas endividadas em moeda externa, pela dificuldade de financiamento, e as com elevado volume de exportações para economias que entrem em recessão mais forte.
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