A crise mundial não afetará as obras que o governo assumiu. Este foi o compromisso reafirmado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em seu programa semanal Café com o Presidente. O líder brasileiro acredita que é importante que o país esteja atento à crise, mas “tudo continuará acontendo no país.”
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– Nenhuma obra de infra-estrutura que o governo assumiu o compromisso de fazer vai parar. O PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) vai continuar, as obras da Petrobras vão continuar e eu tenho certeza de que os investimentos das grandes empresas brasileiras vão continuar – disse o presidente.
– O governo não vai permitir que as obras que nós contratamos e iniciamos sejam paralisadas. Cada vez que acontecer um problema, vamos resolver aquele problema, mas sem criar o pânico que alguns querem que se crie neste país – emendou Lula.
Ao comentar a inauguração da plataforma P-51 na semana passada, o presidente afirmou que em alguns anos o Brasil voltará a ser a segunda maior indústria naval do mundo.
– Se não for a maior – completou.
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Ele lembrou ainda que a construção da plataforma provocou polêmica durante sua campanha de 2002 porque dirigentes da Petrobras acreditavam que o país não tinha tecnologia, engenharia, mão-de-obra qualificada ou estaleiros para isso. Lula referiu-se à inauguração como “um momento de glória” e de “emoção muito grande”.
– Finalmente, o Brasil provou que é capaz de fazer aquilo que uma parte dos dirigentes do passado não acreditavam. E o meu orgulho maior é que ela é 100% nacional. Isso mostra que o Brasil aprendeu, evoluiu, detém essa tecnologia e esse conhecimento que o qualifica para ter uma indústria naval competitiva.
Para o presidente, iniciativas como a própria P-51, além de novos estaleiros e da descoberta da camada pré-sal, possibilitam que o país “recupere” sua indústria naval.
O presidente quer começar a tratar com os líderes europeus o “day after” do tombo das bolsas de valor em todo o mundo. Hoje, o tema entrará nos debates no encontro de Lula com o primeiro-ministro da Espanha, José Luis Rodriguez Zapatero, em Toledo.
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A partir das decisões da Europa e Estados Unidos nos últimos dias de dar garantias a seus mercados e bancos, o Palácio do Planalto estima que está na hora de começar a debater de que forma as regras financeiras serão redesenhadas e como um novo sistema multilateral poderá ser estabelecido. A percepção é de que o G7 (grupo dos sete países mais ricos do mundo) não dará mais conta de responder à crise.
Gráfico: entenda a crise financeira