O episódio de quinta, quando um suposto erro operacional ou humano teria provocado a maior queda da Bolsa de Nova York durante um único pregão, acendeu o sinal amarelo.
Continua depois da publicidade
Afinal de contas, qual o nível de segurança de um sistema que movimenta diariamente cifras bilionárias e envolve, direta ou indiretamente, a saúde financeira de empresas?
Não há uma resposta simples, admite o economista-chefe da Ágora Corretora, Álvaro Bandeira:
– O sistema de negociação de ações, como um todo, é seguro. Mas isso não elimina os riscos da operação, que são inerentes ao mercado.
Na prática, sustenta Bandeira, o sistema é imune a fraudes que envolvam manipulação de índices e alavancagem de ações (quando se tenta subir ou descer artificialmente o preço de um papel). Essa convicção não é unânime. Alex Agostini, economista-chefe da Austin Rating, considera “estranha” uma falha nunca antes percebida, principalmente em momento de pânico como o atual.
Continua depois da publicidade
– Fica evidente que é preciso desenvolver mecanismos de segurança de forma contínua, não só contra fraudes mas contra falhas. Se o sistema aceita uma ordem impossível, começa a se imaginar que manipulações também são possíveis.
No caso de Nova York, muitos investidores compraram as ações depreciadas porque estavam com preço atraente, mesmo que a informação não fosse correta. Faz parte do jogo. Bandeira lembra que muitas operações feitas durante o período de queda foram canceladas, mas reconhece que não é possível “zerar todas as perdas”.
– É preciso investigar a fundo como o problema surgiu, onde surgiu e se há eventuais culpados. Mesmo um erro involutário pode e deve ser punido – defende.
‘