A venda de produtos de Páscoa ainda é tímida nos supermercados de Joinville, mas, para muita gente, a data terá sabor diferente neste ano. É que em vez de comprar os tradicionais ovos de chocolate, os consumidores estão optando por doces mais baratos e caseiros. A mudança no perfil se deve, basicamente, a três fatores: crise econômica, preço elevado dos ovos e busca por produtos customizados.
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Enquanto o valor médio de um ovo de 300 gramas é de R$ 39,40 no comércio, um ovo de ¿colher¿ feito em casa sai por R$ 30. Esse é o preço praticado pela doceira Bruna Polzin, 27 anos, que há três deixou o emprego de assistente de recursos humanos para se dedicar à venda de doces e salgados. Moradora do bairro Aventureiro, Bruna usa o período que antecede a Páscoa para divulgar mais de 15 tipos de ovos de colher. Os produtos custam entre R$ 30 e R$ 50 e demoram cerca de três dias para ficarem prontos. Neste ano, ela pretende atender a 50 clientes até a véspera da Páscoa.
– A maior parte dos consumidores que procura pelos ovos de colher é formada por jovens que querem um produto diferente, mais barato e que permite a escolha dos ingredientes – conta.A ideia de economizar foi o que motivou Eloise Cristina Neves Lino, 28, cliente de Bruna, a encomendar, pela primeira vez, ovos caseiros para presentear a família.
– Cheguei a pesquisar alguns preços, mas optei pelos chocolates caseiros pelo sabor diferenciado e porque vem mais chocolate. Além disso, minha mãe tem diabetes e consegui encomendar um produto que atende as necessidades dela – explica.
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Nos supermercados, barras de chocolate e caixas de bombons estão com maior saída neste ano. Bruno Kostrzycki, gerente do Bistek no bairro Aventureiro, informa que neste ano o supermercado reduziu em 20% a aquisição de ovos, mas manteve a quantidade de produtos de menor valor.
– Até agora, estão sendo vendidos em maior número os produtos que estão mais em conta. Percebemos um crescimento no número de pessoas que procuram as linhas de chocolates mais tradicionais – avalia.Já no Giassi do bairro América, o investimento em ovos de Páscoa diminuiu 10% neste ano na comparação com 2016, informa o gerente Marcelo de Oliveira.
Planejamento é fundamental
Liria Moser Marcellus, 65 anos, é uma das que pretendem fazer as compras de Páscoa no supermercado. Ela deseja comprar um ovo de chocolate para cada um dos três netos, entre eles, a pequena Giulia, de seis anos. A menina a acompanhou nas compras do final de semana e já estava de olho nas opções que quer ganhar.
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– Este ano está difícil por causa da crise e vou ter que gastar menos, mas elas (as crianças) gostam dos ovos com brinquedos, mais caros, e eu e meu marido acabamos cedendo e comprando. Agora, estou só olhando. Comprar, mesmo, só nos próximos dias – revela.
Para a economista e especialista em finanças pessoais Jani Floriano, se o objetivo do consumidor é poupar, além de pesquisar o melhor preço, ele pode planejar quanto pretende gastar com os presentes antes de ir para o supermercado.– Uma boa dica é contar quantas pessoas serão presenteadas e quanto se pode gastar com cada uma dessas lembrancinhas. Assim, ela evita comprar um produto fora do valor planejado e não pesará tanto no bolso do consumidor – explica.
Pesquisa é aliada na hora das compras
Os consumidores de Joinville que ainda vão às compras têm um aliado na busca por chocolates mais baratos. É que o Procon divulgou uma lista com a variação dos preços de 65 tipos de ovos de Páscoa vendidos nos supermercados. Outras 12 modalidades de chocolate, como barras e caixas e pacotes de bombom, também tiveram valores levantados. Um dos ovos pesquisados chega a custar até R$ 28 a mais entre um estabelecimento e outro.
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A pesquisa foi divulgada na última semana de março e considerou os produtos de cinco marcas. Foram levantados os preços de venda praticados nas Lojas Americanas e nos supermercados Angeloni, Big, Condor, Ford Atacadista e Giassi. A consulta considerou o preço médio por quilo e as variações entre o maior e o menor preço de cada produto.A maior variação encontrada foi no ovo de chocolate Ferrero Collection ao leite, de 241 gramas, da marca Ferrero. O ovo pode ser encontrado por preços que variam entre R$ 51,90 e R$ 79,98, dependendo do supermercado, uma diferença de R$ 28,08
. Outro que apresenta grande variação é o Kitkat Speaker, de 295 gramas, da Nestlé, em que a diferença chega a R$ 26,08 – entre R$ 68,90 e R$ 94,98.Embora com menor valor – entre R$ 27,89 e R$ 47,99 –, o Diamante Negro Lacta de 320 gramas é o que tem a maior variação percentual. A diferença do preço de um estabelecimento para outro é de 72,07%. Na ponta inversa está o Kinder Ovo Natoons, de 150 gramas, que apresenta variação percentual de 8,91%.
Os ovos são vendidos a R$ 45,90 no estabelecimento com preço mais baixo e R$ 49,99, no mais alto. Dos chocolates tradicionais, a variação média do item em barra, sem considerar a marca, é de 44,61%. Já para as caixas de bombons, 42,61%.Segundo Kleber Degracia, gerente do Procon, não existe uma regulação dos preços e os supermercados podem determinar o valor dos chocolates nas gôndolas. O objetivo do levantamento, no entanto, é ajudar o consumidor a fazer a melhor escolha.
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