O efeito dominó da queda de gigantes do setor financeiro dos Estados Unidos continua e provocou uma abertura em baixa das Bolsas de Nova York hoje. Às 10h35min (de Brasília), o índice Dow Jones caía 1,22%, o Nasdaq 100 recuava 1,06% e o S&P 500 tinha queda de 1,53%.

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Em menos de duas semanas, o colapso do mercado de crédito imobiliário já retirou do mercado de ações as agências hipotecárias Fannie Mae e Freddie Mac e os históricos bancos de investimento Lehman Brothers e Merrill Lynch. Em um movimento que lembra o contágio das falências bancárias durante a Grande Depressão dos anos de 1930, os acionistas de instituições financeiros estão vendendo seus papéis em ritmo frenético, assustados com a possibilidade de que seus ativos percam valor numa velocidade semelhante à daquela época.

– Todo o nosso sistema financeiro está com problemas agora – disse o corretor de futuros e analista da FuturePath Trading, Fank Lesh.

– Vai demorar muito para que o setor financeiro volte a ter saúde. Eu diria que há mais consolidação à frente.

Os investidores continuam vendendo as ações da seguradora AIG, que derretiam 56% no pré-mercado em Wall Street, depois de terem apagado 61% de seu valor no pregão regular de ontem. A seguradora, exposta ao mercado de títulos hipotecários por meio de seus derivativos de crédito, foi rebaixada ontem pelas três principais agências de classificação de risco do mundo.

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Goldman Sachs caía 7,2%, após anunciar queda de 70% de seu lucro líquido e de 51% de sua receita no terceiro trimestre fiscal em comparação com igual período do ano passado. O banco também registrou US$ 500 milhões em perdas com títulos hipotecários residenciais.

Na esteira, o Morgan Stanley, que divulga seus números trimestrais amanhã, caía 15%. Washington Mutual, que teve sua nota de risco de crédito (rating) rebaixado para nível ‘junk’ pela Standard & Poor’s (S&P), cedia 10%. Barclays, que confirmou que está em negociações para comprar ativos do Lehman, caía 3,2%, enquanto Lehman subia 20% depois de ter perdido nada menos que 94% de seu valor ontem. Segundo fontes, uma transação entre ambos pode ser anunciada nas próximas horas.

Um dos poucos destaques fora do setor financeiro é a varejista de produtos eletrônicos Best Buy, que informou que obteve lucro líquido de US$ 202 milhões (US$ 0,48 por ação) no trimestre terminado em agosto, 19% menor que o de US$ 250 milhões (US$ 0,55 por ação) registrado em igual período do ano passado. A receita aumentou 12%, passando de US$ 8,75 bilhões para US$ 9,8 bilhões. Analistas de Wall Street previam lucro de US$ 0,57 por ação e faturamento de US$ 9,67 bilhões.