Um estudo produzido anualmente pela Universidade Estadual do Oregon revelou que 25 dos 35 sinais vitais do planeta estão em níveis recordes de deterioração. A pesquisa “O estado do relatório climático de 2024: Tempos perigosos no planeta Terra” foi publicada em outubro deste ano no periódico BioScience e revela que a temperatura média da superfície do planeta está no nível mais alto já medido, assim como a acidez dos oceanos.
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O estudo sobre a crise climática é produzido pelo grupo do ecólogo norte-americano William Ripple desde 2017. Na última avaliação, divulgada no ano passado, eram 20 indicadores em estado crítico. “Entramos numa nova fase da crise climática, crítica e imprevisível”, disse o pesquisador.
Os sinais vitais da Terra englobam as atividades humanas que contribuem para a transformação do clima e os resultados dessas alterações. Alguns dos itens analisados pelos pesquisadores são:
- Temperatura global do ar;
- Anomalias na temperatura dos oceanos;
- Extensão de gelo nos oceanos;
- Concentração de CO2 (dióxido de carbono) na atmosfera;
- Perda de florestas por conta de incêndios;
- População humana (que contribui para a mudança climática);
- Consumo anual de energia;
- Produção de carne per capita.
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Dados do estudo
Os principais gases do efeito estufa [dióxido de carbono (CO2), metano (CH4) e óxido nitroso (N2O)] estão em níveis sem precedentes da concentração atmosférica. De acordo com a pesquisa, os três principais países emissores são a China, os Estados Unidos e a Índia, que, juntos, representam mais da metade das emissões globais.
Outro ponto analisado pelo relatório foi as geleiras do planeta. Na Groenlândia e na Antártida, as camadas de gelo se encontram no nível mais baixo e a espessura do gelo está decaindo em ritmo acentuado. Conforme o grupo de pesquisa, 2024 deve fechar como um dos anos mais quentes já registrados.
“Na nossa trajetória atual, os anos futuros serão certamente ainda mais quentes. O nosso clima continua se afastando das condições associadas à prosperidade humana para grande parte da população da Terra. Mesmo nos cenários mais otimistas, serão necessários esforços de adaptação climática em grande escala, especialmente para as populações mais vulneráveis”, explica Ripple.
A deterioração dos sinais vitais do planeta favorece a ocorrência de desastres ambientais fatais, como chuvas fortes e concentradas, e inundações. A pesquisa destaca os casos de chuvas intensas, enchentes, ondas de calor e grandes incêndios florestais que ocorreram de novembro de 2023 a agosto de 2024. A crise climática causou milhares de mortes e bilhões de dólares de prejuízo.
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